quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Poemas 5 - Nós, os filhos da Terra - Hindu

 

Nós, os filhos da Terra, 
viajantes siderais, 
herdeiros da eternidade, 
ciganos estelares,
unidos à centelha divinal em nossos corações, 
erguemos as mãos em saudações ao Supremo Alquimista, 
ao incomparável Arquiteto, 
ao insuperável Poeta, 
repousando nossa mente meditativa em Ti. 

Celebramos a existência sem limitações, 
cantamos a alegria transbordante que nos contagia.
Louvamos o silêncio e a palavra,
respeitamos a ordem cósmica e a lei planetária, 
e pleiteamos nosso lugar no concerto das galáxias. 

O Bem representa nossa nutrição diária, 
o mal é apenas passageiro. 
O Amor terrestre é nosso precioso tesouro; 
a guerra é apenas temporária. 

Em nós coexistem o lobo e o cordeiro, 
Brahma e Shiva, 
a força e a renúncia. 

Somos um amálgama obtruso e excelso,
reflexos de um mistério inescrutável.

Nossos olhos cintilam como um raio 
ou expressam ternura e devoção. 
Terrestres momentâneos, 
dirigimo-nos a Ti, 
agradecendo por nossa respiração,
nossos filhos, 
nosso alimento 
e espaço vital. 

Somos peregrinos errantes a vagar pelo tempo, 
mas nossa jornada solitária conduz a Ti,
Presença distante a velar por todos nós. 

( De um texto hindu, em: Os mestres da Terra - Sérgio de Souza Carvalho)

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