sábado, 30 de abril de 2011

Poemas - Hafiz

Amor é a pira funerária

Onde eu larguei o meu corpo.

Todas as falsas noções de mim próprio

Que outrora me trouxeram medo, dor,

Transformaram-se em cinzas

Assim que me aproximei de Deus.



O que se ergueu da emaranhada teia

De pensamentos e esforços,

Agora brilha com júbilo

Através dos olhos dos anjos,

E grita das entranhas

Da própria existência.



Amor é a pira funerária

Onde o coração deve largar o seu corpo.



Hafiz

sexta-feira, 29 de abril de 2011

20 instruções espirituais - Sivananda

Swami Sri Sivanandaji Maharaj*



Estas 20 instruções espirituais contém a exata essência de toda a Yoga Sadhana, Karma, Bhakti, Jnana e Yoga e virão todas para aquele que as segue com todo o coração. Elas são chaves infalíveis para um desenvolvimento rápido e efetivo da cultura, do físico, do mental, moral e do ser espiritual do homem.

1. BRAHMAMUHURTA
Levante-se às 4 AM diariamente. Isto é Brahmamuhurta e é extremamente favorável para Sadhana. Faça toda sua prática espiritual matutina entre 4AM e 6:30 AM ou 7 AM. Esta prática lhe trará progresso rápido e maximizado.

2. ASANA
Sente-se em Padmasana (postura de lótus), Siddhasana (postura do adepto) ou Sukhasana (uma postura fácil) para sua prática de Japa e meditação por meia hora ou uma hora, voltado para o norte. Aumente o tempo de permanência gradualmente, até atingir 3 horas. Pratique Sirshasana (postura sobre a cabeça) e Sarvangasana (postura sobre os ombros) para a manutenção da saúde e Brahmacharya. Pratique exercícios leves como caminhadas, etc. regularmente. Faça vinte ciclos de Pranayamas (exercícios de controle respiratório). Não exija muito de si ao fazer Pranayamas.

3. JAPA
Você pode repetir qualquer Mantra (sílaba sagrada) como Om or Om Namo Narayanaya, Sri Ram, Sita Ram, Sri Ram Jaya Ram Jaya Jaya Ram, Om Namah Sivaya, Om Namo Bhagavate Vasudevaya, Om Saravanabhavaya Namah, Hari Om, ou Gayatri (Mantra Védico sagrado), de acordo com seu gosto e inclinação, de 108 até 21.600 vezes diariamente. Devotos de Cristo podem repetir o nome de Jesus ou da Virgem Maria, Mãe de Jesus. Parsis, Sikhs e Mulçumanos podem escolher um Nome ou Mantra do Zend Avesta, Granth Sahib ou Alcorão, respectivamente.Leia mais sobre Japa...

4. DISCIPLINA ALIMENTAR
Use de alimentos Sáttivicos (puros). Abandone os apimentados, alhos, cebolas, coisas muito salgadas, óleo, mostarda, assa-fétida. Seja moderado na dieta (Mitahara). Não sobrecarregue seu estômago. Abandone aquelas coisas que a mente gosta muito por uma quinzena, uma ou duas vezes por ano. Coma alimentos simples. Leite e frutas ajudam na concentração. Use o alimento como um remédio para manter-se vivo. Comer por divertimento é pecado. Abandone o sal e açúcar por uma semana ou uma quinzena. Você deve ser capaz de viver de arroz, dhal e pão sem nenhum picles. Não peça por mais sal no dhal, açúcar no chá, café ou leite. Pessoas que alimentam-se de uma dieta não vegetariana devem dar o máximo de si para gradualmente abandonar o hábito de comer carnes e ovos completamente. Elas serão imensamente beneficiadas.

5. MEDITAÇÃO
Tenha um quarto separado para meditação, trancado a chave. Se não for possível, use um canto do quarto com uma pequena cortina separando do cômodo. Mantenha sempre impecavelmente limpo.

6. SVADHYAYA
Estude sistematicamente o Gita, Ramayana, Bhagavatam, Vishnu-Sahasranama, Lalita-Sahasranama, Adityahridaya, Upanishads, Yoga Vasishta, A Bíblia, A Vida de Jesus, Zend Avesta, Alcorão, os Tripitakas, o Granth Sahib e outros livros religiosos por meia-hora ou uma hora diariamente, e tenha Suddha Vichara (pensamentos puros).

7. ELEVE A MENTE
Saiba de cór algumas preces ou Slokas, Stotras (hinos) e as repita o quanto antes você se sente em asana antes de começar sua meditação ou Japa. Isto elevará a sua mente rapidamente.

8. BRAHMACHARYA
Preserve a força vital (Veerya, energia seminal) muito, muito cautelosamente. Veerya é Deus em movimento ou manifestado (Vibhuti). Veerya é todo o poder. Veerya é todo o dinheiro. Veerya é a escência da vida, pensamento e inteligência. Esta instrução não é somente para os solteiros. Os chefes-de-família devem também seguir isto o máximo que puderem. Eles devem ser extramamente moderados nos seus intercursos matrimoniais com suas esposas. Isto é muito importante.

9. CARIDADE
Faça caridade regularmente, todos os meses, ou até mesmo diariamente, de acordo com suas posses. Nunca falhe neste item. Se necessário abra mão de algo pessoal, mas mantenha a caridade de forma regular.

10. TENHA SATSANG
Abandone as más companhias, cigarros, carnes e bebidas alcoólicas completamente. Tenha constante Satsang (associação com pessoas santas). Não desenvolva hábitos ruins. Tenha forte resolução de desenvolver virtudes.

11. PRATIQUE O JEJUM
Jejue no Ekadasi (11o dia do da quinzena lunar Hindu) ou alimente-se somente de frutas e leite. Critãos devem jejuar em domingos alternados, Muçulmanos em sextas-feiras alternadas e os Parsis num dia conveniente a cada quinzena.

12. JAPA MALA
Tenha uma Japa Mala (rosário) em volta do pescoço ou em seu bolso, ou sob o travesseiro durante a noite. Isto te lembrará de Deus. Gire as contas durante as horas de lazer. Você deve repetir os Santos Nomes o tempo todo, durante a execução de qualquer tarefa.

13. FAÇA VOTO DE SILÊNCIO
Observe Mouna (voto de silêncio) por umas duas horas por dia. Não faça gestos ou barulhos inarticulados durante este período de silêncio.

14. DISCIPLINA NO DISCURSO
Fale a verdade a todo o custo. Fale pouco. Fale docemente. Sempre diga palavras encorajadoras. Nunca condene, critique ou desencorage. Não levante a voz ou grite com crianças ou pessoas subordinadas.

15. CONTENTE-SE
Reduza seus desejos. Se você tem quatro camisas, reduza o número para três ou duas. Viva uma vida feliz e contentada. Evite preocupações desnecessárias. Seja mentalmente desapegado. Tenha uma vida simples e pensamentos elevados. Pense naqueles que não possuem nem um décimo do que você tem. Compartilhe com os outros.

16. PRATIQUE O AMOR
Nunca machuque ninguém. Ahimsa Paramo Dharmah (Não-violência é a maior das virtudes). Controle a ira através do amor, Kshama (perdão) e Daya (compaixão). Sirva ao enfermo e ao pobre com afeição. Este é o serviço para Deus.

17. SEJA AUTO-SUFICIENTE
Não dependa de servos. Auto-suficiência é a maior das virtudes.

18. FAÇA AUTO-AVALIAÇÃO
Pense nos erros que cometeu durante o dia, logo antes de ir dormir (auto-avaliação). Tenha um diário espiritual como Benjamin Franklin tinha. Mantenha uma rotina diária e um formulário de resoluções. Não remoa erros do passado.

19. FAÇA SUAS OBRIGAÇÕES
Lembre-se que a morte está lhe aguardando todos os instantes. Nunca falhe com suas obrigações. Tenha uma conduta pura (Sadachara).

20. LEMBRE-SE DE DEUS
Pense em Deus tão logo acorde e logo antes de dormir e em todos os outros momentos, trabalhando ou não. Repita os Nomes do Senhor sempre. Renda-se completamente à Deus (Saranagati).

Esta é a essência da Sadhana espiritual. Isto te conduzirá à libertação. Todos este canhões espirituais devem ser rigorsamente observados. Você não deve deixar-se dominar pela mente.

* Este texto foi retirado do link http://www.divinelifesociety.org/teachings/20instructions.html.
Todos os Direitos reservados para Divine Life Society.

Postado por Asas de Borboleta - Oriana Shakti

Tua Alma - Julio Polidoro

Tua Alma

Entra em minha casa, caminha um tanto mais... e não te impressione este pátio ermo e ressecado - ele é um sinal. 
Se queres conhecer minha casa, ignora este pátio ermo e ressecado: ele é um sinal.
Se fores capaz de prosseguir, vem então... percorre esta horta abandonada e estes jardins sem flores, eles sao outro aviso... se queres conhecer minha casa, esquece esta horta e estes jardins.
Vem, segue um tanto mais a inspiração que dirige teus passos e repudia os passos que querem dirigir teu coração pois, do contrário, serás incapaz de conhecer minha casa.
Sim, vem por esse pântano, ele esconde a chave que abrirá os portais de minha casa. 
Se fores capaz, atravessa o lamaçal, com o barro a tocar-te os joelhos... segue, se possível sem perguntar... o barro pode ocultar segredos... e em segredo te direi: "bem-vindo és à minha casa!"
E agora aqui estás, nesta planície, livre de toda paisagem. 
Uma planície repleta de nada por todos os lados. 
Se fostes capaz de chegar até aqui fecha agora teus olhos, pois aqui eles são desnecessários.
Deixa que a sensação que te invade te suspenda no vazio e entrega-te a ela... confia, porque estás próximo... agora despede os pensamentos, deixa que tua mente adormeça, porque em minha casa não entram nem pensamentos nem mente.
Abre assim teus verdadeiros olhos e exulta: minha casa és tu mesmo, livre de toda paisagem. Tu és a casa, vazia, sempre vazia, para que, permanentemente, transborde a luz que nela se reflete e a transpassa!
Tu és a casa! 
Tu és o espelho que se poliu até estampar a imagem do próprio Sol!

Postado por Júlio Polidoro

A Testemunha Absoluta - Shankaracharya



Agora lhes direi a natureza dessa Testemunha Absoluta.
Se a reconhecerem, estarão livres dos vínculos da ignorância e atingirão a libertação.
Há uma Realidade que existe por si mesma, que é a base da nossa consciência do ego. 
Essa Realidade é a Testemunha dos estados de consciência do ego e das coberturas corpóreas (Kosas). 
Essa Realidade é a Conhecedora em todos os estados de consciência - vigília, sonho e sono sem sonhos. 
Percebe a presença ou ausência da mente e de suas funções. 
É o verdadeiro Eu. 
Essa Realidade penetra o Universo, mas ninguém a penetra. 
Só ela brilha. 
O Universo cintila com o reflexo de sua luz. 
Em razão da sua presença, o corpo, os sentidos, a mente e o intelecto se aplicam às respectivas funções, como se lhe obedecessem ao comando.
Sua natureza é a Mente eterna. 
Conhece todas as coisas, desde o ego até o corpo. 
É a Conhecedora do prazer e da dor e dos objetos dos sentidos. 
Esse é o verdadeiro Eu, o Ser Supremo, o Ancião. 
Nunca deixa de experimentar alegria infinita. 
É sempre o mesmo. 
É a própria Mente.

Shankara

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Página de estudos sobre Teosofia - Mme Blavatsky



Aquele que crê em Mim - Jesus




“Nada faço por mim mesmo...; mas o Pai, que permanece em mim é que realiza as suas próprias obras. ...aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores que esta”.

Cristo – Jo 8:28, 14:10-12

Por que Palavras? - Conto Zen

Um monge aproximou-se de seu mestre — que se encontrava em meditação no pátio do templo à luz da Lua — com uma grande dúvida:
"Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os sutras e as recitações são feitas de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma está além dos termos, porque os termos são usados para defini-lo?"
O velho sábio respondeu: "As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que a aponta."
O monge replicou: "Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?"
"Poderia," confirmou o mestre, "e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. A Lua está e sempre esteve à vista. O Dharma é eterno e completamente revelado. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio."
"Então," o monge perguntou, "por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?"
"Porque," completou o sábio, "da mesma forma que ver a Lua todas as noites faz com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na verdade já revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário."
O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então, de súbito, simplesmente apontou para a lua.
(Enviado por Tam Hao Van - Fonte: http://www.dharmanet.com.br)

A centopeia - Conto Zen

A centopeia era feliz, completamente,
Até que, de brincadeira um sapo
Disse: "Ouve: qual é a perna que primeiro moves?"
Isto tanto lhe trabalhou na mente,
Que se ficou distraída num sulco,
Pensando em como correr...

Conto Zen

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Oração - Atharva Veda

"Que o vento nos sopre alegria.
Que o sol lance sobre nós seu brilho de alegria.
Que nossos dias passem com alegria.
Que a noite seja uma dádiva de alegre paz!
Que o alvorecer nos traga alegria ao chegar!"
"Que todos superem suas dificuldades.
Que todos tenham seus desejos satisfeitos.
Que todos, em toda parte, fiquem contentes.
Que bênçãos recaiam sobre nossas mães,
pais e filhos; bênçãos sobre os campos e trabalhadores.
Que tudo que é nosso floresça e seja uma ajuda para o conhecimento.
E que vejamos o sol por muito tempo."

Poemas - Rumi - Através do Amor

Através do Amor, o que é amargo parece doce,
Através do Amor, pedaços de cobre transformam-se em ouro.
Através do Amor, a borra sabe a puro vinho,
Através do Amor, as dores são como bálsamo.
Através do Amor, os espinhos se tornam rosas,
Através do Amor, o vinagre vira vinho doce.
Através do Amor, o pelourinho se transforma em trono,
Através do Amor, um revés da fortuna parece boa sorte.
Através do Amor, uma prisão parece um jardim de rosas,
Sem amor, um jardim parece uma grelha cheia de cinzas.

Através do Amor, o fogo ardente é uma luz agradável,
Através do Amor, o Demônio se torna uma huri.
Através do Amor, pedras duras tornam-se macias como manteiga,
Sem amor, a mole cera se transforma em duro ferro.

Através do Amor, a tristeza é como alegria,
Através do Amor, os vampiros se convertem em anjos.
Através do Amor, ferroes são como mel,
Através do Amor, os leões são dóceis como camundongos.
Através do Amor, a doença é saúde,
Através do Amor, a ira é como misericórdia.
Através do Amor, os mortos ressuscitam,
Através do Amor,o rei torna-se escravo.

Rumi

Postado por Lu Khayyan

Poemas - Rumi - A Alquimia do Amor

A Alquimia do Amor

Você chega a nós
Vindo de um outro mundo
Além das estrelas e
De um espaço sem fim.
Transcedental, puro,
De uma beleza inimaginável,
Trazendo com você
A essência do amor.
Você transforma tudo o que toca
Aflições banais,
Problemas e tristezas
Dissolvem-se na sua presença,
Trazendo alegria
Aos comandantes e aos comandados,
Aos plebeus e aos reis.
Você nos enfeitiça
Com sua graça.
Qualquer mal
Transforma-se em
Bem.
Você ascende a chama do amor
Na terra e no céu,
No coração e na alma
De cada ser humano.
Com seu amor
O existir e o não-existir se unem.
Os opostos de fundem.
E tudo o que é profano
Torna-se sagrado outra vez.

Postado por Lu Khayyán

terça-feira, 19 de abril de 2011

Livros - Assim disse o mestre - Paramahansa Yogananda



Mantra - Vandanaa Trayee

OM
Sri Vakratunda Mahaakaaya
Gorbi Surya sama prabha.
Nirvighnam Kuru Me Deva
Sarvakaar yeshu Sarvadaa
OM
Yaa Kunden dütushaara haara dhavalaa
Yaa Shubhrava straavrtaa.
Yaa Veena avaradanda mandita karaa
Yaa Shveta padma asanaa
OM
Gururbrahmaa Gururvisnuh
Gururdevo Mahesvarah.
Gurussaakshaat Param Brahma.
Tasmai Shri Gurave Namah.
OM

Pensamentos soltos - Ramakrishna

Se quando vos morder uma víbora, sustentardes com firmeza: "Não há veneno em mim", sereis curados.
Da mesma forma, aquele que assegura com firme convicção: "Não sou escravo, sou livre", faz-se livre.

Ramakrishna

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Trovão, Mente Perfeita - Texto Gnóstico


O Trovão, Mente Perfeita

Tradução por: http://misteriosantigos.50webs.com

Eu fui emitida do poder,
e eu vim para aqueles que refletem sobre mim,
e eu fui encontrada entre aqueles que me buscam.
Olhem-me, vocês que refletem sobre mim,
e vocês ouvintes, ouçam-me.
Vocês que estão me esperando, tomem-me para si próprios.
E não me expulse da sua visão.
E não faça a sua voz me odiar, nem a sua audição.
Não seja ignorante a meu respeito em qualquer lugar ou qualquer hora. Esteja em guarda!
Não seja ignorante a meu respeito.
Pois eu sou a primeira e a última.
Eu sou a estimada e a rejeitada.
Eu sou a prostituta e a sagrada.
Eu sou a esposa e a virgem.
Eu sou a (mãe e) a filha.
Eu sou os membros da minha mãe.
Eu sou a estéril
e muitos são os filhos dela.
Eu sou aquela cujo casamento é grandioso,
e eu não tomei um marido.
Eu sou a parteira e aquela que não dá à luz.
Eu sou o consolo das minhas dores do parto.
Eu sou a noiva e o noivo,
e foi meu marido quem me gerou.
Eu sou a mãe do meu pai
e a irmã do meu marido
e ele é a minha prole.
Eu sou a escrava daquele que me preparou.
Eu sou a governanta da minha prole.
Mas ele é quem me gerou antes do tempo numa data de nascimento.
E ele é a minha prole no devido tempo, e o meu poder vem dele.
Eu sou o bastão do poder dele na juventude dele,
e ele é o cajado da minha velhice.
O que quer que ele deseje, me acontece.
Eu sou o silêncio que é incompreensível
e a idéia cuja recordação é frequente.
Eu sou a voz cujo som é diversificado
e a palavra cuja aparência é múltipla.
Eu sou a declaração do meu nome.
Por que, você que me odeia, me ama,
e odeia aqueles que me amam?
Você que me nega, me admite,
e você que me admite, me nega.
Você que fala a verdade sobre mim, mente sobre mim,
e você que mentiu sobre mim, fala a verdade sobre mim.
Você que me conhece, seja ignorante sobre mim,
e aqueles que não me conheceram, deixem eles me conhecer.
Pois eu sou sabedoria e ignorância.
Eu sou timidez e coragem.
Eu sou impudente; eu sou envergonhada.
Eu sou força e eu sou medo.
Eu sou guerra e paz.
Atente para mim.
Eu sou aquela que é desonrada e a grandiosa.
Dê atenção à minha pobreza e à minha riqueza.
Não seja arrogante comigo quando eu estiver jogada na terra,
e você me encontrará naqueles que estão por vir.
E não me olhe no monte de esterco
nem vá e me deixe jogada,
e você me encontrará nos reinos.
E não me olhe quando eu estiver jogada entre aqueles que
estão desfavorecidos e nos lugares insignificantes,
nem ria de mim.
E nem me lance entre aqueles que são assassinados com violência.
Mas eu, eu sou compadecida e eu sou cruel.
Esteja em guarda!
Não odeie a minha obediência
e não ame meu autocontrole.
Na minha fraqueza, não me desampare,
e não tenha medo do meu poder.
Pois por que você menospreza o meu medo
e amaldiçoa a minha dignidade?
Mas eu sou aquela que existe em todos os medos
e força em vacilação.
Eu sou aquela que é fraca,
e eu estou bem em um lugar agradável.
Eu sou insensata e eu sou sábia.
Por que vocês me odiaram em suas deliberações?
Pois eu estarei silenciosa entre aqueles que são silenciosos,
e eu aparecerei e falarei,
Por que então vocês me odiaram, vocês Gregos?
Porque eu sou uma bárbara entre os bárbaros?
Pois eu sou a sabedoria dos Gregos
e o entendimento dos bárbaros.
Eu sou o julgamento dos gregos e dos bárbaros.
Eu sou aquela cuja imagem é grande no Egito
e aquela que não tem imagem entre os bárbaros.
Eu sou aquela que foi odiada em todos os lugares
e que foi amada em todos os lugares.
Eu sou aquela a quem eles chamam de Vida,
e vocês chamaram de Morte.
Eu sou aquela a quem eles chamaram de Lei,
e vocês me chamaram Ilegalidade.
Eu sou aquela a quem vocês perseguiram,
e eu sou aquela a quem vocês renderam.
Eu sou aquela a quem vocês espalharam,
e vocês me juntaram.
Eu sou aquela diante da qual vocês ficaram envergonhados,
e vocês foram impudentes comigo.
Eu sou aquela que não celebra festival,
e eu sou aquela cujos festivais são muitos.
Eu, eu sou incrédula,
e eu sou aquela cujo Deus é grandioso.
Eu sou aquela na qual vocês refletiram,
e vocês me zombaram.
Eu sou inculta,
e eles aprendem através de mim.
Eu sou aquela que vocês desprezaram,
e vocês refletem sobre mim.
Eu sou aquela de quem vocês se esconderam,
e vocês aparecem para mim.
Mas quando quer que vocês se escondam,
eu mesma aparecerei.
Pois quando quer que vocês apareçam,
eu mesma me esconderei de vocês.
Aqueles que [...] para [...] sem razão [...].
Tomem-me [... compreensão] da tristeza.
e tomem-me para si próprios pela compreensão e pela tristeza.
E tomem-me para si próprios de lugares que estão feios e em ruína,
e desapossem daqueles que estão bons muito embora em feiúra.
Da vergonha, tomem-me para si próprios desavergonhadamente;
e do cinismo e da vergonha,
censurem meus membros em si próprios.
E venham adiante até mim, vocês que me conhecem
e vocês que conhecem meus membros,
e estabeleçam os grandiosos entre as primeiras pequenas criaturas.
Venham adiante para a infância,
e não despreze porque é pequena e é humilde.
E não rejeite magnificências em algumas partes por causa da insignificância,
porque as insignificâncias são reconhecidas pelas magnificências.
Por que você me difama e me reverencia?
Você me feriu e você teve piedade.
Não me separe dos primeiros que você conheceu.
E não expulse ninguém nem mande ninguém ir embora.
[...] mandar você ir embora e [...] não conhecê-lo.
[...].
Que é minha [...].
Eu conheço os primeiros e os sucessores deles me conhecem.
Mas eu sou a mente do [...] e o restante das [...].
Eu sou a sabedoria da minha averiguação,
e a descoberta daqueles que me buscam,
e a influência daqueles que me solicitam,
e o poder dos poderes na minha sabedoria
dos anjos que foram enviados pela minha palavra,
e dos deuses em suas estações pelo meu conselho,
e dos espíritos de cada homem que existe comigo,
e de mulheres que habitam dentro de mim.
Eu sou aquela que é reverenciada e que é glorificada,
e que é menosprezada com desprezo.
Eu sou paz,
e guerra veio por minha causa.
Eu sou uma alienígena e uma cidadã.
Eu sou a substância e aquela que não tem substância.
Aqueles que não estão associados a mim são ignorantes a meu respeito,
e aqueles que estão na minha substância são aqueles que me conhecem.
Aqueles que estão próximos a mim foram ignorantes a meu respeito,
e aqueles que estão longe de mim são aqueles que me conheceram.
No dia que eu estou perto de ti, você está longe de mim,
e no dia que eu estou longe de ti, eu estou perto de ti.
[Eu sou ...] internamente.
[Eu sou ...] das naturezas.
Eu sou [...] da criação dos espíritos.
[...] requisição das almas.
Eu sou controle e a incontrolável.
Eu sou a união e a desagregação.
Eu sou a permanência e eu sou a desagregação.
Eu sou aquela inferior,
e eles sobem até mim.
Eu sou o julgamento e a absolvição.
Eu, eu sou impecável,
e a raiz do pecado deriva de mim.
Eu sou lascívia na aparência externa,
e autocontrole interno existe em mim.
Eu sou a atenção que é conseguível por cada um
e o discurso que não pode ser agarrado.
Eu sou uma muda que não fala,
e grande é a quantidade das minhas palavras.
Ouça-me com bondade, e aprenda sobre mim com severidade.
Eu sou aquela que exclama,
e eu estou jogada sobre a face da terra.
Eu preparo o pão e a minha mente internamente.
Eu sou a sabedoria do meu nome.
Eu sou aquela que exclama,
e eu escuto.
Eu apareço e [...] caminho em [...] sinal da minha [...].
Eu sou [...] a defesa [...].
Eu sou aquela que é chamada Verdade
e injustiça [...].
Você me reverencia [...] e você murmura contra mim.
Você que está dominado, julgue-os (aqueles que te dominam)
antes que eles te julguem,
porque o juiz e a parcialidade existem em ti.
Se você for condenado por este, quem te absolverá?
Ou, se você for absolvido por ele, quem será capaz de te deter?
Pois o que está dentro de ti é o que está fora de ti,
e aquele que te elaborou por fora
é aquele que moldou o seu interior.
E o que você vê fora de ti, você vê dentro de ti;
é visível e é a sua vestimenta.
Escutem-me, seus ouvintes
e aprendam das minhas palavras, vocês que me conhecem.
Eu sou a audição que é conseguível por cada coisa;
Eu sou o discurso que não pode ser agarrado.
Eu sou o nome do som
e o som do nome.
Eu sou o símbolo da letra
e a designação da divisão.
E eu [...].
(3 linhas perdidas)
[...] luz [...].
[...] ouvintes [...] para vocês
[...] o grande poder.
E [...] não mudará o nome.
[...] aquele que me criou.
E eu falarei o nome dele.
Olhem então para as palavras dele
e todas as escrituras que foram concluídas.
Atentem para elas, seus ouvintes
e vocês também, os anjos e aqueles que foram enviados,
e vocês espíritos que se ergueram dos mortos.
Pois eu sou aquela que existe sozinha,
e eu não tenho ninguém que irá me julgar.
Porque muitas são as formas agradáveis que existem em numerosos pecados,
e incontinências,
e paixões vergonhosas,
e prazeres fugazes,
que os homens aderem até que eles fiquem sóbrios
e subam até o lugar de repouso deles.
E eles me encontrarão lá,
e eles viverão,
e eles não morrerão novamente.

Poemas - Kabir

Começo a rir quando ouço dizer que um peixe está sedento dentro d´água.
Peregrinais incessantemente de floresta e floresta, enquanto a Realidade está dentro da vossa própria casa!
Ide onde quiseres.
A Benares ou a Matura.
Até que Deus seja encontrado na vossa própria alma, o mundo inteiro vos parecerá sem sentido!

Kabir Das