XVII - As dez coisas inúteis:
1) Nosso corpo sendo ilusório e transitório, é inútil prestar-lhe atenção excessiva.
2) Considerando que ao morrermos deveremos partir de mãos vazias, e que no amanhecer de nossa morte, nossos despojos serão expulsos de nossa própria casa, é inútil trabalhar e sofrer privações para construir uma morada nesse mundo.
3) Considerando que assim que morremos, nossos descendentes, se ignorantes em termos espirituais, são incapazes de nos das a menor assistência, é inútil que lhes leguemos nossas riquezas temporais, mais que as espirituais, ainda que façamos por afeição.
5) Considerando que nossos descendentes também estão sujeitos à morte e que sejam quais forem os bens do mundo que possamos lhes legar, serão perdidos por eles, é inútil dar-lhes coisas deste mundo.
6) Considerando que assim que a morte vem deve-se abandonar a própria casa, é inútil consagrar a vida à aquisição das coisas do mundo.
7) Considerando que a inobservância dos votos religiosos terá como resultante estados de existência miseráveis, é inútil entrar na Ordem se não se vive uma vida santa.
8) Tendo ouvido a Doutrina, e pensado nela sem praticá-la, e adquirir poderes espirituais para ser assistido no momento da morte, é inútil.
9) É inútil ter vivido, ainda que durante muito tempo, com um mestre espiritual se, falto de humildade e devoção, não se conseguiu o desenvolvimento espiritual.
10) Considerando que todos os fenômenos aparentes ou existentes sempre são transitórios, mutáveis, instáveis, e mais particularmente, que a vida do mundo não pode fornecer nem realidade nem ganho permanente, é inútil consagrar-se aos atos do mundo, sem proveito, em lugar de se consagrar à busca da Divina Sabedoria.
Estas são as dez coisas inúteis.
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