terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Rumi - Trecho do Masnavi



Levanta-te, ó filho! Rompe tuas cadeias e sê livre!
Quanto tempo serás cativo da prata e do ouro?
Embora despejes o oceano em teu cântaro,
Este não pode conter mais que a provisão de um dia.
O cântaro do desejo do ávido nunca se enche,
A ostra não se enche de pérolas até a saciedade;
Somente aquele cuja veste foi rasgada pela violência do amor
Está inteiramente puro, livre de avidez e de pecado.
A ti entoamos louvores, ó Amor, doce loucura!
Tu que curas todas as nossas enfermidades!
Que és médico de nosso orgulho e presunção!
Tu que és nosso Platão e nosso Galeno![1]
O amor eleva aos céus nossos corpos terrenos,
E faz até os montes dançarem de alegria!
Ó amante, foi o amor que deu vida ao Monte Sinai,
Quando "o monte estremeceu e Moisés perdeu os sentidos".
Se meu Amado apenas me tocasse com seus lábios,
Também eu, como a flauta, romperia em melodias.
Mas aquele que se aparta dos que falam sua língua,
Ainda que tenha cem vozes, é forçosamente mudo.
Depois que a rosa perde a cor e o jardim fenece,
Não se ouve mais a canção do rouxinol.
O Amado é tudo em tudo, o amante, apenas seu véu;
Só o Amado é que vive, o amante é coisa morta.
Quando o amante não sente mais as esporas do Amor,
Ele é como um pássaro que perdeu as asas.
Ai! Como posso manter os sentidos,
Quando o Amado não mostra a luz de Seu semblante?
O Amor quer ver seu segredo revelado,
Pois se o espelho não reflete, de que servirá?
Sabes por que teu espelho não reflete?
Porque a ferrugem não foi retirada de sua face.
Fosse ele purificado de toda ferrugem e mácula,
Refletiria o brilho do Sol de Deus.

Rumi


[1] GALENO: um dos pilares da medicina, cuja doutrina foi difundida pelos árabes na Idade Média.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pensamentos soltos - Filolau

Há entre o homem e tudo o mais uma harmonia, uma relação, um princípio comum. Esse princípio lhe é dado pelo Uno, juntamente com a sua essência e sua inteligibilidade. Mas, como se aproximar do ser inapreensível? Alguém já viu o senhor do tempo, a alma dos sóis, a fonte das inteligências? Não? Somente confundindo-se com ele é que se penetra em sua essência . É semelhante a um fogo invisível, no centro do universo, com a chama ágil a circular em todos os mundos e movendo a circunferência. Vosso próprio ser, vossa alma não é um microcosmo, um pequeno universo? Mas ela está cheia de tempestades, de discórdias. Trata de realizar a unidade na harmonia. Então, somente, Deus descerá em vossa consciência. Então, participareis do seu poder, fareis da vossa vontade de ferro a pedra do lar, o altar de Héstia, o trono de Júpiter. (Filolau. Filósofo pitagórico, séc. V a. C)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Poemas - Kabir

Ele é ao mesmo tempo o limitado e o sem limites:
e mais além tanto do limitado quanto do ilimitado
encontra-se Ele, o Puro Ser.
Ele é o Espírito imanente em Brahma e na criatura.
A Alma Suprema está no interior da alma;
O Ponto, interno à Alma Suprema;
E dentro do Ponto encontra-se a imagem outra vez.
Abençoado é Kabir, porque tem essa suprema visão

Kabir

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cartilha do Ministério da Agricultura - O olho do consumidor

A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor. Infelizmente, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").

Em autêntica desobediência civil (ou não), e resistência pacífica à medida de força, estamos distribuindo eletrônicamente a cartilha.

Se você concorda com esta ideia, continue a distribuição para seus amigos e conhecidos.

Abaixo À Monsanto! Vamos boicotar os produtos transgênicos e Venenosos desses Crápulas


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Poemas - Kabir Das



LXXVI

ABRE teus olhos de amor, e contempla
Aquele que permeia todo este mundo!
Observa-o bem, e reconhece teu próprio país.
Quando encontrares o verdadeiro Guru,
Ele despertará teu coração;
Ele te revelará o segredo do amor
e do desprendimento, e então,
sem dúvida nenhuma saberás
que Ele transcende este universo.
Esse mundo é a Cidade da Verdade, o labirinto
de seus caminhos fascina o coração:
Podemos alcançar nosso destino sem jamais
percorrer a estrada, tal é o jogo sem fim.
Onde o círculo de múltiplas alegrias
gira à sua volta continuamente,
aí a Felicidade Eterna engendra lances.
Quando conhecermos isto, estará terminado
todo nosso esperar e recusar.
Então deixará de nos queimar o fogo da cupidez.
Ele é o repouso Último e Infinito:
Ele espalhou as formas de seu amor
pelo mundo inteiro.
Dessa Luz que é Verdade, torrentes
de novas formas emergem perpetuamente;
e Ele permeia essas formas.
Todos os bosques e jardins e alvoredos sobejam
flores, e o ar estala em cascatas de alegria.
Que maravilhosa trama o cisne avança aí!
Os sons da música não tocada turbilhonam
à volta da Infinita Verdade.
Brilha no centro o trono do ilimitado,
onde repousa o grandioso Ser.
Milhares de sóis empalidecem, envergonhados
ante o fulgor de um só pelo de Seu corpo.
Que doces melodias deixa escapar
a harpa do caminho!,
suas notas transpassam o coração:
Aí a fonte eterna combina sem cessar 
os eflúvios vitais do nascimento e da morte.
Como podem chamar Nada àquele que é a Verdade
das verdades?, Àquele no qual 
encontra-se todas as verdades!

Em seu interior, evolui a criação,
e isso está além de qualquer filosofia,
pois filosofia nenhuma pode alcançá-Lo:
Existe um mundo infinito, ó irmão!
e encontra-se aí o Ser Sem Nome,
do qual nada se pode dizer.
Esse mundo é conhecido apenas daquele
que de fato o alcançou:
é diverso de tudo o que já se disse e ouviu.
Lá não se conhece nem forma, nem corpo,
nem extensão: como posso explicar-te o que é?
Trilha o Caminho do Infinito aquele sobre o qual
recaem as graças do Senhor: liberta-se
da vida e da morte aquele que O alcança.
Kabir diz: "Não se traduz em palavras saídas
dos lábios, não se pode escrever em papel:
É como se um mudo provasse uma iguaria:
como poderia explicá-la?

Kabir

sábado, 10 de setembro de 2011

A religião e a ciência - Albert Einstein

De início, portanto, em vez de perguntar o que é religião,
eu preferiria indagar o que caracteriza as aspirações de uma
pessoa que me dá a impressão de ser religiosa: uma pessoa
religiosamente esclarecida parece-me ser aquela que, tanto
quanto lhe foi possível, libertou-se dos grilhões, de seus
desejos egoístas e está preocupada com pensamentos,
sentimentos e aspirações a que se apega em razão de seu
valor suprapessoal. Parece-me que o que importa é a força
desse conteúdo suprapessoal, e a profundidade da convicção
na superioridade de seu significado, quer se faça ou não
alguma tentativa de unir esse conteúdo com um Ser divino,
pois, de outro modo, não poderíamos considerar Buda e
Spinoza como personalidades religiosas. Assim, uma pessoa
religiosa é devota no sentido de não ter nenhuma dúvida
quanto ao valor e eminência dos objetivos e metas
suprapessoais que não exigem nem admitem fundamentação
racional. Eles existem, tão necessária e corriqueiramente
quanto ela própria. Nesse sentido, a religião é o
antiquíssimo esforço da humanidade para atingir uma clara e
completa consciência desses valores e metas e reforçar e
ampliar incessantemente seu efeito. Quando concebemos a
religião e a ciência segundo estas definições, um conflito
entre elas parece impossível. Pois a ciência pode apenas
determinar o que é, não o que deve ser, está fora de seu
domínio, todos os tipos de juízos de valor continuam sendo
necessários. A religião, por outro lado, lida somente com
avaliações do pensamento e da ação humanos: não lhe é lícito
falar de fatos e das relações entre os fatos. Segundo esta
interpretação, os famosos conflitos ocorridos entre religião
e ciência no passado devem ser todos atribuídos a uma
apreensão equivocada da situação descrita.
Um conflito surge, por exemplo, quando uma comunidade
religiosa insiste na absoluta veracidade de todos os relatos
registrados na Bíblia. Isso significa uma intervenção da
religião na esfera da ciência; é aí que se insere a luta da
Igreja contra as doutrinas de Galileu e Darwin. Por outro
lado, representantes da ciência tem constantemente tentado
chegar a juízos fundamentais com respeito a valores e fins
com base no método científico, pondo-se assim em oposição a
religião. Todos esses conflitos nasceram de erros fatais.
Ora, ainda que os âmbitos da religião e da ciência sejam em
si claramente separados um do outro, existem entre os dois
fortes relações recíprocas e dependências. Embora possa ser
ela o que determina a meta, a religião aprendeu com a
ciência, no sentido mais amplo, que meios poderão contribuir
para que se alcancem as metas que ela estabeleceu. A
ciência, porém, só pode ser criada por quem esteja
plenamente imbuído da aspiração e verdade, e ao
entendimento. A fonte desse sentimento, no entanto, brota na
esfera da religião. A esta se liga também a fé na
possibilidade de que as regulações válidas para o mundo da
existência sejam racionais, isto é, compreensíveis à razão.
Não posso conceber um autêntico cientista sem essa fé
profunda. A situação pode ser expressa por uma imagem: a
ciência sem religião e aleijada, a religião sem ciência e
cega.

Einstein - Sobre a liberdade

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Pensamentos soltos - Henry Bergson

Criador por excelência é aquele que pela sua intensa ação é capaz de também intensificar a ação de outras pessoas e de iluminar, generosamente, focos incandescentes de generosidade. (Henry Bergson - A energia espiritual)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Todo interno - Juan Ramón Jimenez



Cheguei a uma terra de chegada.
Esperavam-me os teus, deus desejado; esperavam-me os meus
que, em meu ansiar de tantos anos teus, me esperaram contigo,
contigo te esperaram.

E que luz entre eles: 
num sol zenital imprevisto, entre o choro e o sorriso,
sobre uma aurora com suas torres frente ao rubro,
numa noite de encanto desejar,
numa tarde de crepúsculo alongado,
entre o meio dia de chumbo protetor
por uma madrugada com névoa e uma estrela!

Que luz entre os olhos, lábios, mãos;
que primavera do pulsar;
que tu entre eles, em nós Tu;
que luz, que perspectivas
de peito e fronte (jovem, velho, menino);
que cantar, que dizer,

que abraçar, que beijar;
que elevação de ti em nós
até chegar a ti,
a este tu que sobre ti pões
para que todos cheguem pela escada de carne e alma
à consciência desvelada que é o astro
que acumula e completa, em unificação,
todos os astros no todo eterno!

O Todo eterno que é o todo interno.


Juan Ramón Jimenez

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Re-Voar



Re-Voar

Mil pássaros voavam ao redor do céu amigo
E apenas um deixou de bater as asas para lá e para cá
Pousou em meu colo e entoou uma canção

Ela dizia aos meus ouvidos: vem voar comigo
Deixa este céu cheio de pássaros e vamos para a floresta brincar
De ser o que somos, eu com minhas asas e tu com teu violão

Cantaremos melodias às sementes que germinarão,
Às estrelas solitárias e distantes na imensidão
E aos que se calam e vivem em vão

Cantei . E meu coração chorou de alegria
De ver que a poesia que estava guardada em mim
Voou junto com aquela melodia e me tirou da escuridão

Vem passarinho! Cantaremos juntos e faremos dançar
as pedras, as montanhas, os bosques e o mar
Com tua melodia e minha voz, no vento, a bailar

E o Amor por onde o céu mandar
E a paixão por onde conseguirmos voar
Serão nossas asas a nos impulsionar

WDS

Para Kátia Batista

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pensamentos soltos - Ali Shah

Oh homem!
Há alguma coisa que, fruindo a amizade de Deus, não podeis compreender?
Tua alma não tende a Ele como as montanhas erguem-se para o sol e as águas do mar alçam-se na direção da lua?
Em verdade, tu caminhas adiante sob a luz da Sua energia, sob o inextinguível brilho de Sua infinita majestade, à semelhança de uma estrela que, acesa pelos raios de um sol ainda maior, caminha nas avenidas da noite iluminadas de um milhão de lâmpadas.
Como um navio movido pelas espertas ondas da manhã, tu és impelido pelo sopro do Seu espírito.
Em verdade, pertences a Deus como a criança pertence a seu pai.
O que tens pois a temer, ó filho de tal Pai?

Sirdar Ikbal Ali Shah

domingo, 14 de agosto de 2011

Svetasvara Upanishad

O Senhor Supremo, resplandescente e uno, está oculto em todos os seres. Todo penetrante, Ele é o Ser interno de todas as criaturas, Aquele que impele às ações, habitando todas as coisas; Ele é a testemunha, o Animador, o Absoluto livre de formas.

Svetasvara Upanishad, VI, 11

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O poeta pobre - Hafiz

A inconstância reina soberana.
São raras hoje, as provas de amizade fiel.
Os homens sérios vêem-se reduzidos a estender aos indignos a mão leal.
Na imensa dor do mundo,
o homem de bem não conhece um instante de repouso ao seu sofrimento.
Que o poeta faça um canto claro como o vinho,
um canto que derrame no coração uma onda de alegria.
O avarento e o guloso não lhe atirarão sequer uma espiga sem grãos,
a ele que pode cantar as melodias dos anjos.
A Sabedoria, ontem, disse-me baixinho:
- "Vai! Embora fraco, tem paciência.
"Sim, seja a paciência a tua única arma. Doente, ou triste - têm paciência!"
Ó Hafiz, guarda na alma este conselho, e,
se de fatigado cambaleias,
endireita-te,
ergue a fronte,
e caminha!

Hafiz

terça-feira, 7 de junho de 2011

Viaja dentro de ti - Rumi

Viaja dentro de ti (Rumi)

Pudesse a árvore vagar
E mover-se com pés e asas,
Não sofreria os golpes do machado
Nem a dor de ser cortada.

Não errasse o sol por toda a noite,
Como poderia ser o mundo iluminado
A cada nova manhã?

E se a água do mar não subisse ao céu,
Como cresceriam as plantas
Regadas pela chuva e pelos rios?

A gota que deixou seu lar, o oceano,
E a ele depois retornou,
Encontrou a ostra à sua espera
E nela se fez pérola.

Não deixou José seu pai
Em lágrimas, pesar e desespero,
Ao partir em viagem para alcançar
O reinado e a fortuna?

Não viajou o Profeta
Para a distante Medina
Onde encontrou novo reino
E centenas de povos para governar?

Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
E reflete, como a mina de rubis ,
Os raios de sol para fora de ti.

A viagem te conduzirá a teu ser,
Transmutará teu pó em ouro puro.

Ainda que a água salgada
Faça nascer mil espécies de frutos,
Abandona todo amargor e acidez
E guia-te apenas pela doçura.

É o Sol de Tabriz que opera todos os milagres:
Toda árvore ganha beleza
Quando tocada pelo sol.

("Poemas Místicos", de Jalad ud-Din Rumi, poeta Persa século XIII - Editora Attar)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Caaba do coração (Rumi)

A Caaba do coração (Rumi)

O conhecimento acaba de chegar
- talvez não o saibas.

O coração invejoso está sangrando
-Talvez não tenhas coração.

A lua revelou sua face e abriu suas asas radiantes.
Toma emprestado uma alma e um par de olhos
caso também não o tenhas.

A cada dia e a cada noite te alcança uma flecha alada
arremessada por um arco invisível.
O que podes fazer se não tens escudo?
Curva tua vida.

Não foi o cobre da existência,
como a face de Moisés, transmutado em ouro
pela divina alquimia?

Que importa se não tens ouro num saco como Qarun?
Dentro de ti há um Egito e tu és o seu canavial.
Incomoda-te não teres uma reserva de açúcar?

Viraste um escravo da forma, como os idólatras.
tu te parece com José, e ainda assim não te vês.
Por Deus, quando vires tua própria beleza no espelho,
Serás o ídolo de ti mesmo, não o cederás a ninguém.

Ó razão, não serás um tanto injusta
ao chamá-lo de parente da lua?
Acaso estás cega?

Tua cabeça é como uma lâmpada de seis mechas.
Como acendê-las todas sem possuir a centelha?

Teu corpo é como um camelo ou um asno
que se dirige à Caaba do coração:
se fracassas na perseguição é por tua natureza animal
e não por falta de montaria que te possa levar.

Se ainda não foste à Caaba,
a Fortuna mesma há de conduzir-te até lá.
Não queiras escapar, ó parlador,
não encontrarás refúgio contra Deus.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pensamentos soltos - Katha Upanishad

Este Eu não é concebível pelo estudo nem sequer pela inteligência e pelo saber. O Eu só se revela em essência a quem se consagra ao Eu. Quem não tiver renunciado aos caminhos do vício, quem não pode controlar-se, quem não está em paz dentro de si mesmo, cuja mente está distraída, jamais compreenderá o Eu, ainda que esteja repleto de todo o saber do mundo (Katha Upanishad)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Pensamentos soltos - Mestre Eckhart

A identidade a partir do Um, que conduz ao Um e com o Um é a fonte, é o manancial e a irrupção do Amor ardente.

M. Eckhart

domingo, 22 de maio de 2011

Pensamentos soltos - Rabi´a

Deus, se Te cultuo com medo do Inferno, queima-me no Inferno. 
Se Te cultuo com a esperança do Paraíso, exclui-me do Paraíso;
mas se cultuo somente por amor a Ti, não me prives da Tua Beleza infinita!
 

Rabi´a (santa Sufi)

domingo, 15 de maio de 2011

Poema-oração - Um caminho de rosas - WDS



Um caminho de rosas

Um caminho se abriu para mim
Em que eu possa, como uma fênix, renascer
Dentre as ilusões materiais
E livre voar pelo imenso céu espiritual

Este caminho aponta para um mar sem fim
De amor, que, no entanto, me pede para morrer
para o ego e as coisas banais
e a dualidade transcender no próprio mundo material

Os espinhos do caminho ocultam estas rosas
Que são mais do que pura fragrância
Elas estão muito além das belas formas
Que podem me prender à ignorância.

O caminho se faz caminhando, disse um amigo
E caminhando eu sigo meu caminho
Espinhos e dor não me farão perecer
Até que para o ego eu consiga morrer

E lá onde o sol e o mar se tornam a eternidade
E um Barco ébrio navega num mar de amor
Tal qual um pescador que abandonou a pesca e segue
De mãos vazias, a vida entregue, sem temer

Meus olhos possam te admirar, mar de felicidade
Entra, arrebata meu conforto e minha dor
Que meus atos não te escondam ou te neguem
E os caminhos que não levem a Ti eu deixe de percorrer.

sábado, 14 de maio de 2011

Pensamentos soltos - Anandamoyi Ma



A única realidade é a Realidade Divina. A nossa percepção de nós mesmos  - como separados de Deus - é apenas um sonho, uma imposição da ignorância. Só as pessoas que se libertam dos seus apegos a desejos mesquinhos e a motivações egoístas, voltando-se sinceramente para o divino - não no céu mas em si mesmas - podem viver cada momento em perfeita alegria. (Anandamoyi Ma)

domingo, 8 de maio de 2011

Poemas - Omar Khayyán

A Esperança mundana em que os homens repousam
Seus corações vira cinza ou prospera; e zás!
Como neve na face agreste do deserto
Brilha por hora ou duas, logo se desfaz.

Rubaiyát - XIV

sábado, 7 de maio de 2011

Poemas - Rumi


Teu amor chegou a meu coração e partiu feliz.
Depois retornou e se envolveu com o hábito do amor,
mas retirou-se novamente.
Timidamente, eu lhe disse: “Permanece dois ou três dias!”
Então veio, assentou-se junto a mim e esqueceu-se de partir

Rumi - Rubai-yát

Zazen Wasan - Hakuin



Todos os seres são Buddhas desde o princípio:
Como gelo e água,
Fora da água, nenhum gelo pode existir;
Fora dos seres vivos, onde encontramos Buddhas?
Não sabendo quão perto está a Verdade,
As pessoas a procuram muito longe - que pena!
São como aquele que, no meio da água,
Chora de sede com acentos tão lastimosos.

Hakuin

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Planta sem Sol - Hafiz



Tua beleza é tal o meu amor. Nada pode ultrapassá-los. Que alegria notar que essas duas flores sempre conservam o primitivo frescor!
Não pode o meu pensamento imaginar que, entre as visões dos poetas, nenhuma forma seja mais digna de amor do que a tua.
Um ano perto de ti parece-me apenas um dia; um instante sem ti, mais longo que um ano.
Cada hora passada ao teu lado é um século de alegria; e se fosse de um dia a duração da vida, somente contigo eu quisera viver esse dia.
Apieda-te do meu desgraçado coração: o amor de tua beleza fez-me perecer como planta sem sol.

Hafiz - Gazéis

Pensamentos soltos - Hafiz

Sinagoga ou mesquita - todo lugar pode ser o altar do amor.

Hafiz

Poemas - Rumi

Não posso dormir quando estou contigo
por causa de teu amor.
Não posso dormir quando estou sem ti
por causa de meu pranto e gemidos.
Passo as duas noites acordado
mas, que diferença entre uma e outra!

Pensamentos Soltos - Mestre Eckhart

Conhecerás a Deus sem imagem, sem aparência e sem meios. Enquanto este ele e este eu, a saber, Deus e a alma, não forem um único aqui, um único agora, o eu não poderá trabalhar nem identificar-se com aquele ele. (Mestre Eckhart)

sábado, 30 de abril de 2011

Poemas - Hafiz

Amor é a pira funerária

Onde eu larguei o meu corpo.

Todas as falsas noções de mim próprio

Que outrora me trouxeram medo, dor,

Transformaram-se em cinzas

Assim que me aproximei de Deus.



O que se ergueu da emaranhada teia

De pensamentos e esforços,

Agora brilha com júbilo

Através dos olhos dos anjos,

E grita das entranhas

Da própria existência.



Amor é a pira funerária

Onde o coração deve largar o seu corpo.



Hafiz

sexta-feira, 29 de abril de 2011

20 instruções espirituais - Sivananda

Swami Sri Sivanandaji Maharaj*



Estas 20 instruções espirituais contém a exata essência de toda a Yoga Sadhana, Karma, Bhakti, Jnana e Yoga e virão todas para aquele que as segue com todo o coração. Elas são chaves infalíveis para um desenvolvimento rápido e efetivo da cultura, do físico, do mental, moral e do ser espiritual do homem.

1. BRAHMAMUHURTA
Levante-se às 4 AM diariamente. Isto é Brahmamuhurta e é extremamente favorável para Sadhana. Faça toda sua prática espiritual matutina entre 4AM e 6:30 AM ou 7 AM. Esta prática lhe trará progresso rápido e maximizado.

2. ASANA
Sente-se em Padmasana (postura de lótus), Siddhasana (postura do adepto) ou Sukhasana (uma postura fácil) para sua prática de Japa e meditação por meia hora ou uma hora, voltado para o norte. Aumente o tempo de permanência gradualmente, até atingir 3 horas. Pratique Sirshasana (postura sobre a cabeça) e Sarvangasana (postura sobre os ombros) para a manutenção da saúde e Brahmacharya. Pratique exercícios leves como caminhadas, etc. regularmente. Faça vinte ciclos de Pranayamas (exercícios de controle respiratório). Não exija muito de si ao fazer Pranayamas.

3. JAPA
Você pode repetir qualquer Mantra (sílaba sagrada) como Om or Om Namo Narayanaya, Sri Ram, Sita Ram, Sri Ram Jaya Ram Jaya Jaya Ram, Om Namah Sivaya, Om Namo Bhagavate Vasudevaya, Om Saravanabhavaya Namah, Hari Om, ou Gayatri (Mantra Védico sagrado), de acordo com seu gosto e inclinação, de 108 até 21.600 vezes diariamente. Devotos de Cristo podem repetir o nome de Jesus ou da Virgem Maria, Mãe de Jesus. Parsis, Sikhs e Mulçumanos podem escolher um Nome ou Mantra do Zend Avesta, Granth Sahib ou Alcorão, respectivamente.Leia mais sobre Japa...

4. DISCIPLINA ALIMENTAR
Use de alimentos Sáttivicos (puros). Abandone os apimentados, alhos, cebolas, coisas muito salgadas, óleo, mostarda, assa-fétida. Seja moderado na dieta (Mitahara). Não sobrecarregue seu estômago. Abandone aquelas coisas que a mente gosta muito por uma quinzena, uma ou duas vezes por ano. Coma alimentos simples. Leite e frutas ajudam na concentração. Use o alimento como um remédio para manter-se vivo. Comer por divertimento é pecado. Abandone o sal e açúcar por uma semana ou uma quinzena. Você deve ser capaz de viver de arroz, dhal e pão sem nenhum picles. Não peça por mais sal no dhal, açúcar no chá, café ou leite. Pessoas que alimentam-se de uma dieta não vegetariana devem dar o máximo de si para gradualmente abandonar o hábito de comer carnes e ovos completamente. Elas serão imensamente beneficiadas.

5. MEDITAÇÃO
Tenha um quarto separado para meditação, trancado a chave. Se não for possível, use um canto do quarto com uma pequena cortina separando do cômodo. Mantenha sempre impecavelmente limpo.

6. SVADHYAYA
Estude sistematicamente o Gita, Ramayana, Bhagavatam, Vishnu-Sahasranama, Lalita-Sahasranama, Adityahridaya, Upanishads, Yoga Vasishta, A Bíblia, A Vida de Jesus, Zend Avesta, Alcorão, os Tripitakas, o Granth Sahib e outros livros religiosos por meia-hora ou uma hora diariamente, e tenha Suddha Vichara (pensamentos puros).

7. ELEVE A MENTE
Saiba de cór algumas preces ou Slokas, Stotras (hinos) e as repita o quanto antes você se sente em asana antes de começar sua meditação ou Japa. Isto elevará a sua mente rapidamente.

8. BRAHMACHARYA
Preserve a força vital (Veerya, energia seminal) muito, muito cautelosamente. Veerya é Deus em movimento ou manifestado (Vibhuti). Veerya é todo o poder. Veerya é todo o dinheiro. Veerya é a escência da vida, pensamento e inteligência. Esta instrução não é somente para os solteiros. Os chefes-de-família devem também seguir isto o máximo que puderem. Eles devem ser extramamente moderados nos seus intercursos matrimoniais com suas esposas. Isto é muito importante.

9. CARIDADE
Faça caridade regularmente, todos os meses, ou até mesmo diariamente, de acordo com suas posses. Nunca falhe neste item. Se necessário abra mão de algo pessoal, mas mantenha a caridade de forma regular.

10. TENHA SATSANG
Abandone as más companhias, cigarros, carnes e bebidas alcoólicas completamente. Tenha constante Satsang (associação com pessoas santas). Não desenvolva hábitos ruins. Tenha forte resolução de desenvolver virtudes.

11. PRATIQUE O JEJUM
Jejue no Ekadasi (11o dia do da quinzena lunar Hindu) ou alimente-se somente de frutas e leite. Critãos devem jejuar em domingos alternados, Muçulmanos em sextas-feiras alternadas e os Parsis num dia conveniente a cada quinzena.

12. JAPA MALA
Tenha uma Japa Mala (rosário) em volta do pescoço ou em seu bolso, ou sob o travesseiro durante a noite. Isto te lembrará de Deus. Gire as contas durante as horas de lazer. Você deve repetir os Santos Nomes o tempo todo, durante a execução de qualquer tarefa.

13. FAÇA VOTO DE SILÊNCIO
Observe Mouna (voto de silêncio) por umas duas horas por dia. Não faça gestos ou barulhos inarticulados durante este período de silêncio.

14. DISCIPLINA NO DISCURSO
Fale a verdade a todo o custo. Fale pouco. Fale docemente. Sempre diga palavras encorajadoras. Nunca condene, critique ou desencorage. Não levante a voz ou grite com crianças ou pessoas subordinadas.

15. CONTENTE-SE
Reduza seus desejos. Se você tem quatro camisas, reduza o número para três ou duas. Viva uma vida feliz e contentada. Evite preocupações desnecessárias. Seja mentalmente desapegado. Tenha uma vida simples e pensamentos elevados. Pense naqueles que não possuem nem um décimo do que você tem. Compartilhe com os outros.

16. PRATIQUE O AMOR
Nunca machuque ninguém. Ahimsa Paramo Dharmah (Não-violência é a maior das virtudes). Controle a ira através do amor, Kshama (perdão) e Daya (compaixão). Sirva ao enfermo e ao pobre com afeição. Este é o serviço para Deus.

17. SEJA AUTO-SUFICIENTE
Não dependa de servos. Auto-suficiência é a maior das virtudes.

18. FAÇA AUTO-AVALIAÇÃO
Pense nos erros que cometeu durante o dia, logo antes de ir dormir (auto-avaliação). Tenha um diário espiritual como Benjamin Franklin tinha. Mantenha uma rotina diária e um formulário de resoluções. Não remoa erros do passado.

19. FAÇA SUAS OBRIGAÇÕES
Lembre-se que a morte está lhe aguardando todos os instantes. Nunca falhe com suas obrigações. Tenha uma conduta pura (Sadachara).

20. LEMBRE-SE DE DEUS
Pense em Deus tão logo acorde e logo antes de dormir e em todos os outros momentos, trabalhando ou não. Repita os Nomes do Senhor sempre. Renda-se completamente à Deus (Saranagati).

Esta é a essência da Sadhana espiritual. Isto te conduzirá à libertação. Todos este canhões espirituais devem ser rigorsamente observados. Você não deve deixar-se dominar pela mente.

* Este texto foi retirado do link http://www.divinelifesociety.org/teachings/20instructions.html.
Todos os Direitos reservados para Divine Life Society.

Postado por Asas de Borboleta - Oriana Shakti

Tua Alma - Julio Polidoro

Tua Alma

Entra em minha casa, caminha um tanto mais... e não te impressione este pátio ermo e ressecado - ele é um sinal. 
Se queres conhecer minha casa, ignora este pátio ermo e ressecado: ele é um sinal.
Se fores capaz de prosseguir, vem então... percorre esta horta abandonada e estes jardins sem flores, eles sao outro aviso... se queres conhecer minha casa, esquece esta horta e estes jardins.
Vem, segue um tanto mais a inspiração que dirige teus passos e repudia os passos que querem dirigir teu coração pois, do contrário, serás incapaz de conhecer minha casa.
Sim, vem por esse pântano, ele esconde a chave que abrirá os portais de minha casa. 
Se fores capaz, atravessa o lamaçal, com o barro a tocar-te os joelhos... segue, se possível sem perguntar... o barro pode ocultar segredos... e em segredo te direi: "bem-vindo és à minha casa!"
E agora aqui estás, nesta planície, livre de toda paisagem. 
Uma planície repleta de nada por todos os lados. 
Se fostes capaz de chegar até aqui fecha agora teus olhos, pois aqui eles são desnecessários.
Deixa que a sensação que te invade te suspenda no vazio e entrega-te a ela... confia, porque estás próximo... agora despede os pensamentos, deixa que tua mente adormeça, porque em minha casa não entram nem pensamentos nem mente.
Abre assim teus verdadeiros olhos e exulta: minha casa és tu mesmo, livre de toda paisagem. Tu és a casa, vazia, sempre vazia, para que, permanentemente, transborde a luz que nela se reflete e a transpassa!
Tu és a casa! 
Tu és o espelho que se poliu até estampar a imagem do próprio Sol!

Postado por Júlio Polidoro

A Testemunha Absoluta - Shankaracharya



Agora lhes direi a natureza dessa Testemunha Absoluta.
Se a reconhecerem, estarão livres dos vínculos da ignorância e atingirão a libertação.
Há uma Realidade que existe por si mesma, que é a base da nossa consciência do ego. 
Essa Realidade é a Testemunha dos estados de consciência do ego e das coberturas corpóreas (Kosas). 
Essa Realidade é a Conhecedora em todos os estados de consciência - vigília, sonho e sono sem sonhos. 
Percebe a presença ou ausência da mente e de suas funções. 
É o verdadeiro Eu. 
Essa Realidade penetra o Universo, mas ninguém a penetra. 
Só ela brilha. 
O Universo cintila com o reflexo de sua luz. 
Em razão da sua presença, o corpo, os sentidos, a mente e o intelecto se aplicam às respectivas funções, como se lhe obedecessem ao comando.
Sua natureza é a Mente eterna. 
Conhece todas as coisas, desde o ego até o corpo. 
É a Conhecedora do prazer e da dor e dos objetos dos sentidos. 
Esse é o verdadeiro Eu, o Ser Supremo, o Ancião. 
Nunca deixa de experimentar alegria infinita. 
É sempre o mesmo. 
É a própria Mente.

Shankara

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Página de estudos sobre Teosofia - Mme Blavatsky



Aquele que crê em Mim - Jesus




“Nada faço por mim mesmo...; mas o Pai, que permanece em mim é que realiza as suas próprias obras. ...aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores que esta”.

Cristo – Jo 8:28, 14:10-12

Por que Palavras? - Conto Zen

Um monge aproximou-se de seu mestre — que se encontrava em meditação no pátio do templo à luz da Lua — com uma grande dúvida:
"Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os sutras e as recitações são feitas de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma está além dos termos, porque os termos são usados para defini-lo?"
O velho sábio respondeu: "As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que a aponta."
O monge replicou: "Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?"
"Poderia," confirmou o mestre, "e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. A Lua está e sempre esteve à vista. O Dharma é eterno e completamente revelado. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio."
"Então," o monge perguntou, "por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?"
"Porque," completou o sábio, "da mesma forma que ver a Lua todas as noites faz com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na verdade já revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário."
O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então, de súbito, simplesmente apontou para a lua.
(Enviado por Tam Hao Van - Fonte: http://www.dharmanet.com.br)

A centopeia - Conto Zen

A centopeia era feliz, completamente,
Até que, de brincadeira um sapo
Disse: "Ouve: qual é a perna que primeiro moves?"
Isto tanto lhe trabalhou na mente,
Que se ficou distraída num sulco,
Pensando em como correr...

Conto Zen

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Oração - Atharva Veda

"Que o vento nos sopre alegria.
Que o sol lance sobre nós seu brilho de alegria.
Que nossos dias passem com alegria.
Que a noite seja uma dádiva de alegre paz!
Que o alvorecer nos traga alegria ao chegar!"
"Que todos superem suas dificuldades.
Que todos tenham seus desejos satisfeitos.
Que todos, em toda parte, fiquem contentes.
Que bênçãos recaiam sobre nossas mães,
pais e filhos; bênçãos sobre os campos e trabalhadores.
Que tudo que é nosso floresça e seja uma ajuda para o conhecimento.
E que vejamos o sol por muito tempo."

Poemas - Rumi - Através do Amor

Através do Amor, o que é amargo parece doce,
Através do Amor, pedaços de cobre transformam-se em ouro.
Através do Amor, a borra sabe a puro vinho,
Através do Amor, as dores são como bálsamo.
Através do Amor, os espinhos se tornam rosas,
Através do Amor, o vinagre vira vinho doce.
Através do Amor, o pelourinho se transforma em trono,
Através do Amor, um revés da fortuna parece boa sorte.
Através do Amor, uma prisão parece um jardim de rosas,
Sem amor, um jardim parece uma grelha cheia de cinzas.

Através do Amor, o fogo ardente é uma luz agradável,
Através do Amor, o Demônio se torna uma huri.
Através do Amor, pedras duras tornam-se macias como manteiga,
Sem amor, a mole cera se transforma em duro ferro.

Através do Amor, a tristeza é como alegria,
Através do Amor, os vampiros se convertem em anjos.
Através do Amor, ferroes são como mel,
Através do Amor, os leões são dóceis como camundongos.
Através do Amor, a doença é saúde,
Através do Amor, a ira é como misericórdia.
Através do Amor, os mortos ressuscitam,
Através do Amor,o rei torna-se escravo.

Rumi

Postado por Lu Khayyan

Poemas - Rumi - A Alquimia do Amor

A Alquimia do Amor

Você chega a nós
Vindo de um outro mundo
Além das estrelas e
De um espaço sem fim.
Transcedental, puro,
De uma beleza inimaginável,
Trazendo com você
A essência do amor.
Você transforma tudo o que toca
Aflições banais,
Problemas e tristezas
Dissolvem-se na sua presença,
Trazendo alegria
Aos comandantes e aos comandados,
Aos plebeus e aos reis.
Você nos enfeitiça
Com sua graça.
Qualquer mal
Transforma-se em
Bem.
Você ascende a chama do amor
Na terra e no céu,
No coração e na alma
De cada ser humano.
Com seu amor
O existir e o não-existir se unem.
Os opostos de fundem.
E tudo o que é profano
Torna-se sagrado outra vez.

Postado por Lu Khayyán

terça-feira, 19 de abril de 2011

Livros - Assim disse o mestre - Paramahansa Yogananda



Mantra - Vandanaa Trayee

OM
Sri Vakratunda Mahaakaaya
Gorbi Surya sama prabha.
Nirvighnam Kuru Me Deva
Sarvakaar yeshu Sarvadaa
OM
Yaa Kunden dütushaara haara dhavalaa
Yaa Shubhrava straavrtaa.
Yaa Veena avaradanda mandita karaa
Yaa Shveta padma asanaa
OM
Gururbrahmaa Gururvisnuh
Gururdevo Mahesvarah.
Gurussaakshaat Param Brahma.
Tasmai Shri Gurave Namah.
OM

Pensamentos soltos - Ramakrishna

Se quando vos morder uma víbora, sustentardes com firmeza: "Não há veneno em mim", sereis curados.
Da mesma forma, aquele que assegura com firme convicção: "Não sou escravo, sou livre", faz-se livre.

Ramakrishna

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Trovão, Mente Perfeita - Texto Gnóstico


O Trovão, Mente Perfeita

Tradução por: http://misteriosantigos.50webs.com

Eu fui emitida do poder,
e eu vim para aqueles que refletem sobre mim,
e eu fui encontrada entre aqueles que me buscam.
Olhem-me, vocês que refletem sobre mim,
e vocês ouvintes, ouçam-me.
Vocês que estão me esperando, tomem-me para si próprios.
E não me expulse da sua visão.
E não faça a sua voz me odiar, nem a sua audição.
Não seja ignorante a meu respeito em qualquer lugar ou qualquer hora. Esteja em guarda!
Não seja ignorante a meu respeito.
Pois eu sou a primeira e a última.
Eu sou a estimada e a rejeitada.
Eu sou a prostituta e a sagrada.
Eu sou a esposa e a virgem.
Eu sou a (mãe e) a filha.
Eu sou os membros da minha mãe.
Eu sou a estéril
e muitos são os filhos dela.
Eu sou aquela cujo casamento é grandioso,
e eu não tomei um marido.
Eu sou a parteira e aquela que não dá à luz.
Eu sou o consolo das minhas dores do parto.
Eu sou a noiva e o noivo,
e foi meu marido quem me gerou.
Eu sou a mãe do meu pai
e a irmã do meu marido
e ele é a minha prole.
Eu sou a escrava daquele que me preparou.
Eu sou a governanta da minha prole.
Mas ele é quem me gerou antes do tempo numa data de nascimento.
E ele é a minha prole no devido tempo, e o meu poder vem dele.
Eu sou o bastão do poder dele na juventude dele,
e ele é o cajado da minha velhice.
O que quer que ele deseje, me acontece.
Eu sou o silêncio que é incompreensível
e a idéia cuja recordação é frequente.
Eu sou a voz cujo som é diversificado
e a palavra cuja aparência é múltipla.
Eu sou a declaração do meu nome.
Por que, você que me odeia, me ama,
e odeia aqueles que me amam?
Você que me nega, me admite,
e você que me admite, me nega.
Você que fala a verdade sobre mim, mente sobre mim,
e você que mentiu sobre mim, fala a verdade sobre mim.
Você que me conhece, seja ignorante sobre mim,
e aqueles que não me conheceram, deixem eles me conhecer.
Pois eu sou sabedoria e ignorância.
Eu sou timidez e coragem.
Eu sou impudente; eu sou envergonhada.
Eu sou força e eu sou medo.
Eu sou guerra e paz.
Atente para mim.
Eu sou aquela que é desonrada e a grandiosa.
Dê atenção à minha pobreza e à minha riqueza.
Não seja arrogante comigo quando eu estiver jogada na terra,
e você me encontrará naqueles que estão por vir.
E não me olhe no monte de esterco
nem vá e me deixe jogada,
e você me encontrará nos reinos.
E não me olhe quando eu estiver jogada entre aqueles que
estão desfavorecidos e nos lugares insignificantes,
nem ria de mim.
E nem me lance entre aqueles que são assassinados com violência.
Mas eu, eu sou compadecida e eu sou cruel.
Esteja em guarda!
Não odeie a minha obediência
e não ame meu autocontrole.
Na minha fraqueza, não me desampare,
e não tenha medo do meu poder.
Pois por que você menospreza o meu medo
e amaldiçoa a minha dignidade?
Mas eu sou aquela que existe em todos os medos
e força em vacilação.
Eu sou aquela que é fraca,
e eu estou bem em um lugar agradável.
Eu sou insensata e eu sou sábia.
Por que vocês me odiaram em suas deliberações?
Pois eu estarei silenciosa entre aqueles que são silenciosos,
e eu aparecerei e falarei,
Por que então vocês me odiaram, vocês Gregos?
Porque eu sou uma bárbara entre os bárbaros?
Pois eu sou a sabedoria dos Gregos
e o entendimento dos bárbaros.
Eu sou o julgamento dos gregos e dos bárbaros.
Eu sou aquela cuja imagem é grande no Egito
e aquela que não tem imagem entre os bárbaros.
Eu sou aquela que foi odiada em todos os lugares
e que foi amada em todos os lugares.
Eu sou aquela a quem eles chamam de Vida,
e vocês chamaram de Morte.
Eu sou aquela a quem eles chamaram de Lei,
e vocês me chamaram Ilegalidade.
Eu sou aquela a quem vocês perseguiram,
e eu sou aquela a quem vocês renderam.
Eu sou aquela a quem vocês espalharam,
e vocês me juntaram.
Eu sou aquela diante da qual vocês ficaram envergonhados,
e vocês foram impudentes comigo.
Eu sou aquela que não celebra festival,
e eu sou aquela cujos festivais são muitos.
Eu, eu sou incrédula,
e eu sou aquela cujo Deus é grandioso.
Eu sou aquela na qual vocês refletiram,
e vocês me zombaram.
Eu sou inculta,
e eles aprendem através de mim.
Eu sou aquela que vocês desprezaram,
e vocês refletem sobre mim.
Eu sou aquela de quem vocês se esconderam,
e vocês aparecem para mim.
Mas quando quer que vocês se escondam,
eu mesma aparecerei.
Pois quando quer que vocês apareçam,
eu mesma me esconderei de vocês.
Aqueles que [...] para [...] sem razão [...].
Tomem-me [... compreensão] da tristeza.
e tomem-me para si próprios pela compreensão e pela tristeza.
E tomem-me para si próprios de lugares que estão feios e em ruína,
e desapossem daqueles que estão bons muito embora em feiúra.
Da vergonha, tomem-me para si próprios desavergonhadamente;
e do cinismo e da vergonha,
censurem meus membros em si próprios.
E venham adiante até mim, vocês que me conhecem
e vocês que conhecem meus membros,
e estabeleçam os grandiosos entre as primeiras pequenas criaturas.
Venham adiante para a infância,
e não despreze porque é pequena e é humilde.
E não rejeite magnificências em algumas partes por causa da insignificância,
porque as insignificâncias são reconhecidas pelas magnificências.
Por que você me difama e me reverencia?
Você me feriu e você teve piedade.
Não me separe dos primeiros que você conheceu.
E não expulse ninguém nem mande ninguém ir embora.
[...] mandar você ir embora e [...] não conhecê-lo.
[...].
Que é minha [...].
Eu conheço os primeiros e os sucessores deles me conhecem.
Mas eu sou a mente do [...] e o restante das [...].
Eu sou a sabedoria da minha averiguação,
e a descoberta daqueles que me buscam,
e a influência daqueles que me solicitam,
e o poder dos poderes na minha sabedoria
dos anjos que foram enviados pela minha palavra,
e dos deuses em suas estações pelo meu conselho,
e dos espíritos de cada homem que existe comigo,
e de mulheres que habitam dentro de mim.
Eu sou aquela que é reverenciada e que é glorificada,
e que é menosprezada com desprezo.
Eu sou paz,
e guerra veio por minha causa.
Eu sou uma alienígena e uma cidadã.
Eu sou a substância e aquela que não tem substância.
Aqueles que não estão associados a mim são ignorantes a meu respeito,
e aqueles que estão na minha substância são aqueles que me conhecem.
Aqueles que estão próximos a mim foram ignorantes a meu respeito,
e aqueles que estão longe de mim são aqueles que me conheceram.
No dia que eu estou perto de ti, você está longe de mim,
e no dia que eu estou longe de ti, eu estou perto de ti.
[Eu sou ...] internamente.
[Eu sou ...] das naturezas.
Eu sou [...] da criação dos espíritos.
[...] requisição das almas.
Eu sou controle e a incontrolável.
Eu sou a união e a desagregação.
Eu sou a permanência e eu sou a desagregação.
Eu sou aquela inferior,
e eles sobem até mim.
Eu sou o julgamento e a absolvição.
Eu, eu sou impecável,
e a raiz do pecado deriva de mim.
Eu sou lascívia na aparência externa,
e autocontrole interno existe em mim.
Eu sou a atenção que é conseguível por cada um
e o discurso que não pode ser agarrado.
Eu sou uma muda que não fala,
e grande é a quantidade das minhas palavras.
Ouça-me com bondade, e aprenda sobre mim com severidade.
Eu sou aquela que exclama,
e eu estou jogada sobre a face da terra.
Eu preparo o pão e a minha mente internamente.
Eu sou a sabedoria do meu nome.
Eu sou aquela que exclama,
e eu escuto.
Eu apareço e [...] caminho em [...] sinal da minha [...].
Eu sou [...] a defesa [...].
Eu sou aquela que é chamada Verdade
e injustiça [...].
Você me reverencia [...] e você murmura contra mim.
Você que está dominado, julgue-os (aqueles que te dominam)
antes que eles te julguem,
porque o juiz e a parcialidade existem em ti.
Se você for condenado por este, quem te absolverá?
Ou, se você for absolvido por ele, quem será capaz de te deter?
Pois o que está dentro de ti é o que está fora de ti,
e aquele que te elaborou por fora
é aquele que moldou o seu interior.
E o que você vê fora de ti, você vê dentro de ti;
é visível e é a sua vestimenta.
Escutem-me, seus ouvintes
e aprendam das minhas palavras, vocês que me conhecem.
Eu sou a audição que é conseguível por cada coisa;
Eu sou o discurso que não pode ser agarrado.
Eu sou o nome do som
e o som do nome.
Eu sou o símbolo da letra
e a designação da divisão.
E eu [...].
(3 linhas perdidas)
[...] luz [...].
[...] ouvintes [...] para vocês
[...] o grande poder.
E [...] não mudará o nome.
[...] aquele que me criou.
E eu falarei o nome dele.
Olhem então para as palavras dele
e todas as escrituras que foram concluídas.
Atentem para elas, seus ouvintes
e vocês também, os anjos e aqueles que foram enviados,
e vocês espíritos que se ergueram dos mortos.
Pois eu sou aquela que existe sozinha,
e eu não tenho ninguém que irá me julgar.
Porque muitas são as formas agradáveis que existem em numerosos pecados,
e incontinências,
e paixões vergonhosas,
e prazeres fugazes,
que os homens aderem até que eles fiquem sóbrios
e subam até o lugar de repouso deles.
E eles me encontrarão lá,
e eles viverão,
e eles não morrerão novamente.