quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Poemas - Gibran

Um poeta, certa vez, escreveu uma canção de amor, e esta era bela. E ele tirou muitas cópias e as enviou aos seus amigos e conhecidos, homens e mulheres, e até uma jovem com quem só se havia encontrado uma vez, e que vivia além das montanhas.
E, um dia ou dois, veio um mensageiro da jovem, trazendo uma carta. E a carta dizia: "Deixa-me dizer-te, estou profundamente comovida pela canção de amor que escreveste para mim. Vem logo, fala com meu pai e minha mãe, e tratemos dos preparativos para as bodas."
E o poeta respondeu à carta, dizendo á moça: "Minha amiga, isso não era senão uma canção de amor saída do coração de um poeta, cantada por qualquer homem para qualquer mulher."
E ela escreveu-lhe novamente, dizendo: "Hipócrita e mentiroso! de hoje até o dia do meu enterro, odiarei todos os poetas por tua causa." 

(Gibran)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pensamentos soltos - Gandhi

"Não posso imaginar uma época em que nenhum seja mais rico que o outro. mas imagino uma época em que os ricos terão vergonha de enriquecer à custa dos pobres e os pobres deixarão de invejar os ricos."

Mahatma Gandhi

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Amritabindu Upanishad (Upanishad da Gota de Ambrosia)



Tem se falado que a mente humana
pode ter dois aspectos:
o puro e o impuro.
O impuro, se ela é escrava do desejo;
puro, quando ela está liberta do desejo.
Ora, é a mente (manas), só ela,
a causa imediata
tanto do cativeiro
como da liberdade dos humanos;
quando ela se apega aos bens deste mundo
é conduzida ao cativeiro,
mas, se ela se liberta desse apego,
é conduzida à liberdade.

Se, pois, para desejar a libertação,
é preciso ter a mente livre dos laços
do desejo dos bens deste mundo,
o homem quer a libertação
deverá primeiro cortar os laços
que mantém presa a sua mente.

Porque não é senão quando a mente,
livre de todo apego,
tiver conquistado a maestria interior,
destruindo assim o seu próprio ser,
que se atingirá o estado supremo!

Mas enquanto a instabilidade se instalar no coração
mais serão longos os esforços 
que precisará realizar para liberar a mente:
esses esforços são o que se chama
de Conhecimento e Meditação,
o resto não é senão bravatas e vãs dissertações!

Mas isto não significa
que esteja quase a recusar-se a pensar,
mais do que a se consagrar
ao único prazer de raciocinar!
De fato, é preciso refletir bem,
mas não permanecer na reflexão,
porque Brahman não será reconhecido
senão quando tiver a mente livre
de todos os sistemas preconcebidos.

É preciso, pois, combinar
a prática dedicada do Yoga
com  a enunciação da sílaba OM,
ainda que o silêncio produza na realidade
um benefício muito maior:
porque, quando não se mantém o silêncio completo,
não se busca o aniquilamento:
e é ao Ser que se visa!

É isso, isso somente,
Brahman sem divisão,
sem distinções, nem atributos.
E quando o yogin reconheceu
que ele mesmo é Brahman,
realizou para sempre Brahman.

Sim, ele estará livre por fim,
o yogin avisado que souber reconhecer
Brahman sem distinções, nem limites,
Brahman que não se pode nem provar,
nem explicar, nem demonstrar,
Brahman sem começo, nem fim!

Não! Não é nem o fim do mundo,
nem a sua primeira aparição;
nem o ser-nos-laços, nem o ser liberto;
nem o yogin buscando a sua libertação,
nem o yogin que a encontrou
assim, se diz, se define o Fim Supremo,
que está além de toda definição.

É preciso saber que a Alma é una,
mesmo se ela parece apresentar
formas e aspectos diversos
em vigília, nos sonhos e no sono profundo.
Porque, para quem sabe transcender a esses três estados, 
não há mais renascimento.

Sim, ela é una, a Alma
presente em cada indivíduo
embora ela pareça ao mesmo tempo
como múltipla e como única,
à maneira da Lua
refletida na água em movimento.

Quem transporta um jarro
transporta também o espaço que está nele.
Se quebra o jarro, ele está destruído,
não o espaço, que ele continha:
esse é propriamente indestrutível por si mesmo,
ainda que se tenha destruído o corpo que ela continha,
a alma individual assemelha-se a uma nuvem.

Sim, a alma é como o espaço
contido no jarro: são numerosos estes
e, portanto, quando um jarro é destruído
não se pensa que o espaço que ele continha foi destruído com ele
porque se sabe que o espaço é eterno.

Preso aos prestígios do verbo
não se vai ao fim supremo,
da mesma forma que não se encontra um lótus
ao procurá-lo nas trevas,
mas quando o consegue
vê-se logo a Unidade!

Portanto se diz que Brahman
é o Verbo, a palavra articulada.
Na realidade, quando a palavra é destruída
o que resta é o Verbo puro
a ressonância primordial
sabendo isso pode-se meditar sobre o Verbo,
se se desejar ter a paz da alma.

Eis duas doutrinas,
dignas uma e outra de serem conhecidas
porque Brahman é ao mesmo tempo o Verbo
e o Absoluto depois do Verbo.
É preciso de início conhecer o Verbo-Brahman
depois esquecer o Verbo e buscar o Absoluto.

O yogin então terá razão
de assimilar a fundo o conteúdo dos livros
com a condição de ultrapassar mais tarde esse estado
e de rejeitar todos os livros,
da mesma maneira como rejeita a casca
quem quer encontrar o grão!

Sabe-se bem que o leite
tem sempre a mesma cor,
quando as inúmeras vacas que o produzem
têm pelos de aspectos diversos:

Assim a ciência é única
da mesma forma que a cor do leite é imutável;
assim, as doutrinas são múltiplas,
como o são as cores das pelagens das vacas.

E o conhecimento está escondido
em cada indivíduo, da mesma forma que no leite
está a manteiga que não se pode ver
e é por isso que o yogin deve retirar de si
a manteiga interior, constante,
utilizando seu próprio espírito
como desnatadeira.

Pode-se dizer também da mesma forma
que tendo aguçado sua visão mental
o yogin extrairá de si mesmo o Supremo Brahman
como se extrai o fogo pela fricção de dois bastões.

Esse mistério indiviso
imóvel, dominado, eis o Fim supremo,
em direção ao qual o yogin se dirige
Ele o atingiu quando pode dizer:
"Esse Brahman SOU EU!"

Esse Brahman em direção ao qual se vai,
como em direção a um refúgio oferecido a todos os seres,
É Vasudeva (Vishnu), que reside em cada um
e marca todas as coisas com o selo do seu favorecimento!

Dizendo: "Eu sou Ele!"
Diz-se, na verdade, que se é o Deus Vasudeva;
Sim, diz-se com todo direito: "Eu sou Vasudeva!"
"Eu sou Vasudeva"

Tal é a Upanishad

FONTE:
TINOCO, Carlos A. As Upanishads do Yoga: Textos sagrados da Antigüidade. São Paulo: Madras Editora, 2006.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pensamentos soltos - Mumon

Deixa de falar do satori e da iluminação, e começa por te observares e te disciplinares.

Mumon, mestre Zen

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Artigo - Tecnologias Alternativas na Agricultura Sustentável - WDS



TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS NA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
William Davidans Sversutti (PIC/UEM), Alan Rodrigo Relk de Oliveira (PIC/UEM), Ednaldo Michellon (Orientador)- http://www.eaic.uel.br/artigos/CD/3888.pdf

Universidade Estadual de Maringá/Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Palavras-chave: Agricultura Sustentável, Tecnologias alternativas, Administração Rural.

Resumo
O presente estudo buscou compreender quais são as tecnologias alternativas usadas nas diversas escolas de agricultura alternativa, focando-se em descrevê-las e perceber suas possíveis interações. Depois, delineou-se o significado de “agricultura sustentável”, e, por fim, procedeu a interação entre estes dois temas, buscando relacioná-los, de tal forma em que se pôde perceber a importância do primeiro em relação ao segundo.

Introdução
Desde a década de 1980, no Brasil, Ana Primavesi (1988)
previa que o modo industrial de se fazer agricultura possuía diversos problemas, pois apesar do uso bastante generalizado de agrotóxicos, as pragas e as doenças aumentavam assustadoramente. A partir daí, pensadores voltaram suas pesquisas para técnicas que promoviam soluções para os problemas que se seguiriam, caso a revolução verde tomasse as rédeas. Era um momento em que por um lado a tecnologia agrícola orientada para o consumo de “insumos modernos” pregava o seu uso intensivo como solução para uma grande produtividade.
Em contraponto, a Agroecologia foi sendo construída por pioneiros como Lutzemberger (1978),
Seó (1984)

e Primavesi (1988).
Eis que, dentro desta perspectiva, as tecnologias ditas “alternativas”, “de baixo impacto”, “brandas” surgiram para contrabalancear as chamadas tecnologias “duras” (LUTZEMBERGER, apud SEÓ, 1984, p. 14).
Assim, Tecnologias duras, que fazem parte da agricultura de rapina, segundo Lutzemberger (1978; p. 21) “é hoje mais destruidora que no passado.
A devastação é indescritível, a ponto de escandalizar até viajantes de pouca visão ecológica”. Diante dessas questões, o problema desta pesquisa residiu em verificar quais são as chamadas tecnologias alternativas e como estas podem gerar ambientes agroecológicos sustentáveis, face à crescente problemática envolvendo tais questões.

Resultados e Discussão
Para se entender as tecnologias alternativas deve-se situá-las dentro das escolas de agricultura sustentável, conforme segue:
i) Agricultura Biodinâmica – surgiu na Alemanha, com Rudolf Steiner (1924).
Apresenta como tecnologias o uso de preparados biodinâmicos, que são organismos vivos, feitos à base de extratos de plantas e de soluções orgânicas e minerais. Estes podem ser divididos em dois grupos: os que são pulverizados no solo e nas plantas, e os que são inoculados em composto ou outras formas de adubos orgânicos como biofertilizantes e chorumes.
ii) Agricultura Orgânica – surgiu com Albert Howard e suas experiências na Índia, entre 1920-40, com ênfase na compostagem e na vida microbiana. Segundo Paschoal (1994), os princípios e técnicas orgânicos são: manejo e conservação do solo e da água com o controle de erosão, adubações orgânicas, rotação de culturas, incorporação de matéria orgânica e de nutrientes minerais, cultivo múltiplo, manejo natural de pragas, patógenos e ervas invasoras, uso adequado de máquinas e implementos agrícolas, uso de fontes alternativas de energia e integração agricultura – criação animal.
Solo Humífero

iii) Agricultura Natural – surgiu no Japão, pela Igreja Messiânica (1930-40). Recentemente, a agricultura natural tem se concentrado na utilização de microorganismos benéficos. Considerando o autor Seó (1984), como representante da escola Natural, pode-se citar algumas de suas tecnologias alternativas: compostagem, adubação verde, controle natural de pragas, biodigestor, uso de plantas consorciadas, uso de inseticidas naturais e armadilhas que não utilizam venenos como a armadilha luminosa, as garrafas armadilhas, dentre outras técnicas como a utilização de casas para atrair pássaros e morcegos, reciclagem de materiais como o papel para se fazer mudas, caçadeiras de larvas de mosca e a utilização da energia solar através dos secadores, fornos, aquecedores e destiladores solares.

 Como atrair os pássaros


Forno Solar Modelo Ferro Velho

iv) Agricultura Agrobiológica – surgiu na França, com Claude Aubert, na década de 1960. Algumas técnicas da agricultura agrobiológica são: fertilização orgânica, rotação de culturas e o trabalho do solo. A fertilização é feita através da compostagem de matéria orgânica que visa nutrir os organismos vivos do solo e devem ser utilizadas de acordo com as condições da propriedade. Pelo princípio da Trofobiose acredita-se que plantas bem nutridas não ficam doentes. Utilizam também a adubação verde e os fertilizantes minerais, porém estes não sofrem transformações químicas, são apenas moídos. São Rochas moídas.
Compostagem
 v) Agroecologia – surgiu nos EUA e na América Latina com Miguel Altieri, José Lutzemberger, Ana Maria Primavesi, Stephen Gliessman, dentre outros, a partir dos anos 1970. O desafio da escola agroecológica é alcançar agroecossistemas sustentáveis, que se assemelhem aos ecossistemas naturais mantendo uma produção razoável. Para tal o agricultor deve usar o conceito de ecossistema no desenho e manejo do agroecossistema, ou seja, deve esforçar-se para manter os ciclos de nutrientes tão fechados quanto possível, a fim de reduzir as perdas de nutrientes do sistema. Nesse sentido, Gliessman (2005) aponta algumas técnicas como a aplicação dos estudos dos fatores macro-ambientais em relação aos cultivos, como a análise do ambiente luminoso, do micro clima, da pluviosidade, do vento, do manejo do solo, da água e do fogo, percebendo no conjunto a interação entre os diversos fatores. Em suma, busca-se a interação ambiental, social e a diversificação.


vi) Permacultura – surgiu na Austrália com Bill Mollison, nos anos 1970. De acordo com o Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica – IPEMA, a Permacultura trata as plantas, animais, construções, infraestruturas (água, energia, comunicações) não apenas como elementos isolados, mas como sendo todos parte de um grande sistema intrinsecamente relacionado, ou seja, é o sistema agrosilvipastoril no seu conjunto.


Por sua vez, o movimento de Agricultura Alternativa, que surgiu nos EUA com John Pesek, na década de 1980, pode-se dizer que defendia uma volta à origem dos tempos, antes da agricultura ter utilizado fertilizantes químicos e agrotóxicos, tanto quanto adubos. O termo agricultura alternativa procurava definir todas as técnicas que não utilizavam os artifícios da indústria química, e corresponde a diversas técnicas presentes nas escolas estudadas anteriormente, segundo Khatounian (2001) sobretudo a orgânica e a biodinâmica.
Por último, podem-se citar algumas tecnologias de caráter recente que não estão presentes dentro do corpo conceitual das escolas abordadas. Dentre elas estão, por exemplo, os sistemas de irrigação que utilizam da energia solar, o uso de “construções ecológicas” ou “construções sustentáveis” que utilizam de material reciclável, ou de materiais que não oferecem impacto ambiental. Como uma curiosidade constatada nesta pesquisa destaca-se a utilização da música em cultivos de plantas

Conclusões
Conclui-se que as tecnologias alternativas são os instrumentos para a realização da “agricultura sustentável”, conceito este que abrange um conjunto de técnicas desenvolvidas por diversas escolas de agricultura. Enquanto a sustentabilidade fornecia uma meta para focalizar a pesquisa agroecológica, a abordagem de sistema integral da agroecologia e o conhecimento de equilíbrio dinâmico proporcionavam uma base teórica e conceitual consistente para a sustentabilidade.
O presente trabalho encontrou diversas tecnologias que proporcionam aos produtores uma menor dependência da indústria agroquímica. A agricultura do futuro deve ser tão sustentável quando altamente produtiva, para poder alimentar a crescente população humana. E, as tecnologias desenvolvidas por elas devem estar concentradas na utilização dos recursos naturais de maneira sóbria e sustentável, conduzidas por uma administração que considere aquelas como ferramentas potenciais para garantir uma produtividade constante e ecologicamente sustentada.

Referências
ANDRADE, M. M. de. Como preparar trabalhos para cursos de pós graduação. São Paulo: Atlas, 1997.
GLIESSMAN, S. R. Agroecologia: Processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: UFRG, 2005.
KHATOUNIAN, C. A. A reconstrução ecológica da agricultura. Botucatu: Agroecológica, 2001.
LUTZEMBERGER, J. Fim do futuro? Manifesto Ecológico Brasileiro. Porto Alegre: Movimento, 1978.
LUTZEMBERGER, J. Manual de ecologia: do jardim ao poder. Porto Alegre: L&PM Poket, 2004.
MEIRELLES, A. de M.; GONÇALVES, C. A. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2004.
PASCHOAL, A. D. Produção orgânica de alimentos: Agricultura sustentável para os séculos XX e XXI. Piracicaba:Globo, 1994.
PRIMAVESI, A. M. Manejo ecológico de pragas e doenças. São Paulo: Nobel, 1988.
SEÓ, E. H. Unidade da vida. Manual de agricultura natural. São Paulo: Espade, 1984.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sabedoria Egípcia - O coração 2

O coração

Quando coração e língua não falham, o homem é capaz de dirigir sua vida (Ankh-Sheshonq)

O coração do homem é um dom de Deus. Guarda-te de negligenciá-lo (Amenemope)

Não dissocies teu coração de tua língua. Assim todas as tuas empresas chegarão a bom termo (Amenemope)

Segue teu coração por todo o tempo que viveres sobre a terra. E faz, de cada dia, um dia perfeito. (estela - Museu Britânico 37984

Mantém a firmeza do coração. Fortalece teu coração. Não conduzas o navio com tua língua. Embora a língua do homem possa tornar-se o leme do barco, É o senhor da totalidade que deve ser seu piloto. (Amenemope)

Foi meu coração que me incitou a realizar meu dever, seguindo o que me orienta. Ele é para mim, uma testemunha excelente. Eu não transgrido suas diretivas, Eu temo faltar a suas ordens. Se já gozei de grande prosperidade, é graças a suas orientações. Seguindo seus ensinamentos, eu fui impecável. Uma palavra divina é um coração dentro de cada corpo. (Urkunden IV, 974. 1-9)

Coração de minha mãe, coração de meu ser, não testemunhes contra mim, não te oponhas a mim diante do tribunal (do além); tu és a força criadora que existe em meu corpo, o criador que sustenta meus membros (Livro para sair à luz, cap. 30)

É mais agradável (a Deus) o caráter de um justo que a oferenda de um boi feita por aquele que pratica a iniquidade. (merikarê)

Presta atenção a minhas palavras: Torna-te competente em todo o trabalho. e faz de teu coração uma barragem contra a qual toda onda se quebrará. (Amon-Nakht)

(Livro: A sabedoria viva do antigo Egito - Christian Jacq)

Sabedoria Egípcia - O coração

A Enéada criou a visão por meio dos olhos
e o entendimento por meio das orelhas,
e a respiração por meio do nariz.
Estes órgãos fazem as percepções subirem até o coração.
é graças ao coração que todo conhecimento existe,
a língua expressa o que o coração concebeu.
Assim nascem todas as potências criadoras,
o ser e o não-ser (Atum) e sua Enéada.
Toda palavra divina se manifesta
em função do pensamento do coração
e da formulação da língua.
Assim foram criadas as energias criadoras
e as qualidades do ser.
Assim foi gerado tudo que nos nutre e todos os
alimentos benéficos: graças ao Verbo.
Assim foi dada vida ao justo e morte ao iníquo.
Assim foram criadas todas as formas de trabalho e todos
os tipos de artesãos, a ação das mãos e o movimento
das pernas, a mobilidade de cada membro: segundo a ordem
concebida pelo coração e formulada pela língua,
ordem que cria continuamente a significação de cada coisa

( Pedra de Shabaka)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Pensamentos soltos - Hasan de Basra

Perguntei a uma criança,
que caminhava com uma vela:
'De onde vem essa luz?'
No mesmo instante ela
a apagou:
'Diga-me para onde foi,
que eu lhe direi
de onde veio'

Hasan de Basra

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pensamentos soltos - Dhu´l Nun

É iluminado aquele cujo falar e cujo proceder são concordes, que repudia as conexões comuns do mundo.

Dhu´l - Nun, o Egípcio