domingo, 16 de maio de 2010

O Sendeiro Supremo do Discípulo - Ioga Tibetana - 3 - As vinte e oito categorias de preceitos de Ioga - 22

XXII - As dez coisas necessárias:

1) Depois do início da carreira religiosa deve-se ter uma tão profunda aversão pela sucessão contínua das mortes e dos nascimentos que se deve desejar escapar dela como um cervo do cativeiro.
2) A coisa necessária que vem a seguir é a perseverança tão completa que não se lamente perder a vida em busca da iluminação, do mesmo modo que um pai de família que trabalha no campo não se desgosta de seu trabalho, ainda que tenha de morrer amanhã.
3) A terceira coisa necessária é ter o espírito alegre como o de um homem que cumpriu uma grande ação.
4) Deve-se compreender que, como um homem perigosamente ferido por uma flecha, não se deve perder um momento do tempo que passa.
5) Deve-se ter a capacidade de fixar o espírito num pensamento único, como faz a mãe que perdeu seu único filho.
6) Uma coisa necessária é compreender que não há necessidade de fazer seja lá o que for, como o guardião de um rebanho, cujo gado foi levado pelas tropas inimigas, compreende que nada pode fazer para reavê-lo.
7) É de necessidade primordial desejar a Doutrina, como um homem esfaimado deseja bom alimento.
8) Deve-se ter confiança na própria capacidade mental como um homem forte tem confiança em sua força para conservar uma pedra preciosa que encontrou.
9) Deve-se desmascarar a ilusão do dualismo como se faz com a mentira do mentiroso.
10) Deve-se ter confiança "Naquilo que é" como um corvo cansado, diante da costa tem confiança no mastro do navio em que repousa.

Estas são as dez coisas necessárias.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Poemas - SOU - Mirzá Khan



SOU


Como posso definir aquilo que sou?
Inteiramente existente e, entretanto, não existente, através Dele, sou.

Aquilo que da entidade o nada se tornar,
O significado desse nada eu sou.

Às vezes um átomo no disco do sol;
Outras, um marulho na superfície da água.

Agora vôo no vento da associação;
Agora sou um pássaro do mundo incorpóreo.

Pelo nome de gelo também me chamo:
Congelado na estação do inverno eu sou.

Envolvi-me nos quatro elementos;
Sou a nuvem na face do céu.

Da unidade cheguei à infinidade:
Na verdade, nada exista que eu não seja.

Minha vitalidade vem da própria fonte da vida;
E sou o discurso dentro de cada boca.

Sou a audição de cada ouvido;
E também a vista de cada olho sou.

Sou a potencialidade de cada coisa:
Sou a percepção do íntimo de cada um.

Minha vontade e inclinação estão em tudo;
E com meus próprios atos, também, satisfeito estou.

Para os pecadores e viciosos sou mau;
Mas para os bons benéfico sou.

(Poema Sufi de Mirzá Khán)

sábado, 8 de maio de 2010

Pensamentos soltos - Yogananda

Reverencio o Pai Único, Infinito, manifestado de várias formas em todas as igrejas e templos  que foram erguidos em sua honra. Adoro o Deus único que repousa sobre os altares variados dos diferentes ensinamentos e credos religiosos. (Paramahansa Yogananda)

Pensamentos soltos - Ibn Arabi 3



O meu coração abriu-se a todas as formas: 

É uma pastagem para gazelas, 
um claustro para monjes cristãos, 
um templo de ídolos, 
a Caaba do peregrino, 
as tábuas da Torá
e o livro do Corão. 

Pratico a religião do Amor; 
qualquer que seja a direção em que as caravanas avançarem, 

A religião do Amor 
será sempre 
minha religião e minha fé.

(Ibn El-Arabi)

Pensamentos soltos - Ibn Arabi 2

"Quanto a Deus, Ele se define pela soma de todas as definições possíveis."
(Ibn El-Arabi)

Pensamentos soltos - Ibn Arabi

"Aquele que une em seu conhecimento de Deus o ponto de vista da transcendência com o da imanência, e que atribui a Deus os dois aspectos globalmente, conhece-O verdadeiramente, ou seja, conhece-O globalmente, e não distintamente."
 (Ibn Arabi)

Poemas 17 - Dhu´l-Nun



Morro, sem que no entanto morra em mim
O ardor de meu amor por Ti,
E teu amor, meu único objetivo,
Não acalmou a febre de minha alma.

Para Ti, somente, meu espírito lança seu grito,
Em Ti repousa toda a minha ambição,
E, no entanto, Tua riqueza está bem acima
Da pobreza de meu humilde amor.

Volto para Ti minha oração
E busco em Ti meu último repouso;
Para Ti sobe o meu surdo lamento,
Tu obcecas meu secreto pensamento.

Uma febre arde em meu coração
E me destrói por inteiro;
Ela desfez minha força e meu apoio
E consumiu lentamente a minha alma.
Oh! Concede-me, pois, teu favor
Para que eu viva, assim assistido,
E por Ti venha a transpor sem dificuldade
Os rigores de minha pobreza.

Dhu´l-Nun