O Sufismo é uma doutrina mística islâmica que requeria do noviço uma certa disposição diante do conhecimento. A esse respeito, um conto ilustra bem esta atitude, intitula-se Mil e um dias e apresenta um noviço que acaba de postular um lugar e pede pra ver um mestre sufista:
"Primeiro é preciso que descubras a resposta a uma pergunta",
disse-lhe um dos discípulos.
"Se o conseguires, o mestre te aceitará como aluno dentro de três anos."
A pergunta lhe foi feita
e o candidato se empenhou até conseguir descobrir a resposta.
O representante do mestre transmitiu a resposta ao sufista
e voltou com a seguinte mensagem:
"tua resposta está correta.
Agora podes ir embora
e esperar que se tenham passado os mil e um dias,
depois dos que poderás voltar para receber o ensinamento".
O postulante ficou radiante.
Depois de haver agradecido ao mensageiro,
perguntou-lhe simplesmente:
"E que teria acontecido se eu não tivesse sabido fornecer a resposta certa?"
"Ah, nesse caso terias sido admitido imediatamente!".
Nuri, um discípulo de Junayd, dizia que o sufista é alguem que nada liga nem se acha ligado por nada, que não se prende a nada e não é possuído por nada. Isso quer dizer que ele age em qualquer circunstância sem constrangimentos e sem condicionamentos, aproximando-se da lei de uma maneira que não é habitual. E acrescentava:
"O sufismo não é nem uma doutrina nem um saber temporal.
Se consistisse num ritual, deveria ser praticado regularmente.
Se se tratasse de um saber comum, deveria ser transmitido por métodos comuns.
Na verdade, é uma questão de disposição".
Uma disposição ou uma atitude!
Tal é o segredo do progresso do adepto.
Tal é o segredo do progresso do adepto.
(Em: O Sufismo, Anton Kielce)
Nenhum comentário:
Postar um comentário