terça-feira, 11 de maio de 2010

Poemas - SOU - Mirzá Khan



SOU


Como posso definir aquilo que sou?
Inteiramente existente e, entretanto, não existente, através Dele, sou.

Aquilo que da entidade o nada se tornar,
O significado desse nada eu sou.

Às vezes um átomo no disco do sol;
Outras, um marulho na superfície da água.

Agora vôo no vento da associação;
Agora sou um pássaro do mundo incorpóreo.

Pelo nome de gelo também me chamo:
Congelado na estação do inverno eu sou.

Envolvi-me nos quatro elementos;
Sou a nuvem na face do céu.

Da unidade cheguei à infinidade:
Na verdade, nada exista que eu não seja.

Minha vitalidade vem da própria fonte da vida;
E sou o discurso dentro de cada boca.

Sou a audição de cada ouvido;
E também a vista de cada olho sou.

Sou a potencialidade de cada coisa:
Sou a percepção do íntimo de cada um.

Minha vontade e inclinação estão em tudo;
E com meus próprios atos, também, satisfeito estou.

Para os pecadores e viciosos sou mau;
Mas para os bons benéfico sou.

(Poema Sufi de Mirzá Khán)

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