Cheguei a uma terra de chegada.
Esperavam-me os teus, deus desejado; esperavam-me os meus
que, em meu ansiar de tantos anos teus, me esperaram contigo,
contigo te esperaram.
E que luz entre eles:
num sol zenital imprevisto, entre o choro e o sorriso,
sobre uma aurora com suas torres frente ao rubro,
numa noite de encanto desejar,
numa tarde de crepúsculo alongado,
entre o meio dia de chumbo protetor
por uma madrugada com névoa e uma estrela!
Que luz entre os olhos, lábios, mãos;
que primavera do pulsar;
que tu entre eles, em nós Tu;
que luz, que perspectivas
de peito e fronte (jovem, velho, menino);
que cantar, que dizer,
que abraçar, que beijar;
que elevação de ti em nós
até chegar a ti,
a este tu que sobre ti pões
para que todos cheguem pela escada de carne e alma
à consciência desvelada que é o astro
que acumula e completa, em unificação,
todos os astros no todo eterno!
O Todo eterno que é o todo interno.
Juan Ramón Jimenez
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